quinta-feira, 1 de julho de 2010

TSE dá um nó nas coligações

01 de julho de 2010

Correio Braziliense | Política | DF



do PSDB: decisão causou uma enorme confusão nas legendas Cardozo,




do PT: partido classifica como retorno parcial da verticalização



A decisão do TSE se encaixa na candidatura de Gabeira ao governo do Rio

A resposta dada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a uma consulta apresentada pelo PPS embolou todo o jogo de alianças dos partidos nos estados e colocou em risco o fôlego político dos principais candidatos aos governos dos maiores colégios eleitorais do país. Os concorrentes em São Paulo, Aloizio Mercandante (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB); em Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB); no Rio de Janeiro, Fernando Gabeira (PV); na Bahia, Jaques Wagner (PT); e no Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT) e Yeda Crusius (PSDB), não poderão utilizar as figuras dos presidenciáveis no horário eleitoral gratuito para alavancar suas empreitadas. Os petistas sequer poderão se valer da imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, considerado o principal cabo eleitoral do pleito.
A decisão do TSE alarmou também os advogados de todas as coligações, mesmo aquelas que não foram enquadradas pela resposta.
A Justiça Eleitoral impediu que candidatos a presidente ou militantes apareçam nas propagandas de TV e rádio de seus aliados nos estados caso haja, na coligação, outro partido que também tem concorrente ao Planalto.
O caso mais notório é o de Gabeira.
Marina Silva (PV ) e José Serra (PSDB) não poderão aparecer no horário eleitoral do candidato ao governo do Rio de Janeiro.
A explicação é o fato de o PV e o PSDB estarem coligados no estado e terem candidatos próprios a presidente da República. Mas como esta eleição presidencial tem o número recorde de 13 postulantes, 10 de partidos nanicos, o dano é extenso.
Mercadante tem apoio do PTC, que lançou Ciro Moura ao Planalto.
Alckmin recebeu apoio formal do PHS, cujo concorrente é Oscar Silva. Anastasia tem apoio do PSL, do candidato Américo de Souza.
O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, disse que a decisão causou uma enorme confusão naslegendas. "Todo mundo está querendo saber o que fazer", disse.
Para o deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA), os candidatos terão de fazer ajustes nas coligações para poder utilizar os presidenciáveis.
"É uma verticalização às avessas", disse o parlamentar tucano.
Seu colega baiano Marcelo Guimarães Filho (PMDB) concordou.
"O TSE está reintroduzindo a verticalização na propaganda", criticou.
O secretário-geral do PT, deputado José Eduardo Cardozo, disse que será cumprida a orientação, mas a classificou de um retorno parcial da verticalização. "Nós queríamos estar ao lado de todos os aliados, mas não podemos discutir decisão da Justiça, nos resta cumpri-la", disse o petista, minimizando o efeito na campanha de Dilma. Um outro estrategista, no entanto, da petista disse que a decisão do TSE causou muita confusão e afirmou que não haverá tempo hábil para fazer correções nas coligações estaduais.
Mudanças No Rio Grande do Sul, o entendimento do TSE afeta as candidaturas de petistas e tucanos. Tarso Genro pode ter que tirar Dilma de seu horário eleitoral graças à aliança firmada com o PRTB. Yeda Crusius (PSDB) está pendurada por causa do PHS e do PTdoB. "A mudança na aliança é uma questão a ser avaliada", disse o deputado Pepe Vargas (PT-RS).
O TSE estabeleceu até ontem o prazo para escolha dos candidatos e das coligações. E coloca até segundafeira para serem apresentadas as documentações dos candidatos.
Cardozo entende que quem não fez os ajustes até ontem não poderá mais fazer. Já o presidente do PSDB de Minas, deputado Nárcio Rodrigues, disse que terá mais tempo para excluir um ou outro partido. Ou seja, os partidos vão correr para a Justiça Eleitoral para usar todo tipo de argumento para tirar um ou outro aliado da coligação e evitar prejuízos. "O chapão ainda não está formado, e sim proposto.
Vamos nos reunir hoje e, à luz da legislação, vamos construir a chapa. Vamos dar o maior e o melhor espaço para o presidenciável José Serra no estado", afirmou.
Garotinho fora da disputa
Durante a convenção do PR, Anthony Garotinho anunciou ontem que desistiu de se candidatar a governador do Rio de Janeiro. Ele aproveitou para lançar a candidatura de Fernando Peregrino em seu lugar.
Peregrino foi secretário de Ciência e Tecnologia do seu governo (19992002) e chefe de governo de Rosinha (2003-2006). Garotinho, que conseguiu liminar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendendo sua condenação pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), afirmou que sairá candidato a deputado federal.

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