quinta-feira, 22 de julho de 2010

Grito da Terra Maranhão: 15 anos


Hoje tem grito da Terra Maranhão, em protesto ao descaso de Roseana com agricultura familiar.

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Domingos Cantanhede



Grito da Terra Maranhão: 15 anos


O Grito da Terra Brasil, mobilizado pela CONTAG, fez 16 anos em maio de 2010. Aqui no Maranhão há 15 anos a FETAEMA promove esta mobilização. O Grito da Terra é uma marca consagrada do Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais.
No mês de julho de 2002 um conjunto de Organizações Não-Governamentais do Maranhão publicou, em caráter especial, a Revista Tipiti. A referida publicação trouxe em sua capa o título: “Maranhão além das máscaras”.
“O Maranhão que ninguém vê na mídia é um estado marcado pela miséria e pela naturalização de casos de total desrespeito aos direitos essenciais da pessoa humana”. Assim, o editorial da Revista Tipiti inicia a introdução de diversos temas que persistem na pauta de reivindicação dos movimentos sociais.
O artigo intitulado Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e o Grito da Terra no Brasil e no Maranhão foi escrito por mim, na qualidade de assessor da FATAEMA. Neste artigo faço uma história social da construção do projeto político do Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais e apresento os eixos de sustentação da tese de um desenvolvimento diferente dos modelos excludentes implantados no país e os resultados negativos na vida dos povos do campo.
Sobre o Grito da Terra, disse que se trata de uma mobilização de “massa que exerce pressão sobre os governos nacional, estaduais e municipais, permitindo ao MSTTR negociar pautas de reivindicações que reforçam a construção do Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário”.
Nos 16 anos de Grito da Terra Brasil as negociações com o governo federal vêm avançando a cada ano. Diversas conquistas podem ser enumeradas nas áreas do crédito rural; comercialização; assistência técnica e extensão rural; capacitação e pesquisa agropecuária.
Infelizmente não podemos enumerar conquistas importantes oriundas do Grito da Terra Maranhão. Por isso, em 2002 no artigo que escrevi na Revista Tipiti fiz referência às respostas que do Governo do Estado por ocasião do Grito da Terra Maranhão/2001. Eu disse o seguinte:
“[...] Essas reivindicações vêm sendo desconsideradas por parte das autoridades governamentais, sobretudo do governo estadual. A resposta sobre a pauta apresentada em 2001, de maneira dissimulada coloca o Maranhão na qualidade de referência em políticas para o meio rural; ainda embalada pela onda de “modelo de reforma agrária”, afirmando que tudo “já está sendo feito”[...]
Passaram-se 8 anos, hoje, 22 de julho de 2010 mais uma vez o MSTTR chama atenção para os problemas do campo. Desta vez os sindicatos decidiram não formular uma nova pauta de reivindicação porque o Governo de Roseana Sarney se comprometeu em responder a pauta apresentada no dia 22 de julho de 2009.
O protesto é uma resposta ao desrespeito do governo do Estado para com o MSTTR. Ano passado o vice-governador João Alberto e a Secretária de Desenvolvimento Agrário, Conceição Andrade, subiram no trio elétrico da FETAEMA e discursaram afirmando o compromisso de negociar e responder à FETAEMA
Depois dos discursos inflamados das duas autoridades estaduais nada foi feito. O concurso público para contratação de técnicos não aconteceu; a SEDAGRO continua fraca e sem rumo; o Iterma nunca esteve são sucateado; os assentamentos de reforma agrária de responsabilidade do Estado continuam jogados à própria sorte.
Portanto, o protesto de hoje é para dialogar com a sociedade e dizer que o governo atual não gosta de agricultura familiar. Esse governo gosta mesmo de monocultura de soja e eucalipto. Planta mentira e colhe pobreza.

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