sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Mensagens subliminares da campanha de 2022 no Maranhão

Diante do impasse da sucessão, Flávio Dino cozinha o galo, enquanto ocorre intensa movimentação nos bastidores. Além de peças que são movidas no tabuleiro nacional, as articulações políticas locais podem definir a conjuntura.

Weverton (PDT) e Brandão (PSDB por enquanto) sabem que o apoio de prefeitos podem levar a disputa ao cheque mate. Nessa fase, chefe de poder executivo valoriza seu passe e vende caro. Leva quem se movimentar melhor, não necessariamente com compromissos meramente financeiros. A política é a arte do convencimento, mas também dos acordos.

Olhando de longe, Weverton parece se movimentar com mais rapidez e eficiência, mas tem a máquina do governo contra si. A disputa está sendo feroz. Brandão é mais pesado, não é do tipo que empolga nos palanques e depende dos cofres do governo para cumprir compromissos. O que um prefeito pede para Weverton não é o mesmo que ele pede para Brandão.

Dino não pode atacar publicamente Weverton, por isso movimenta seu exército nos bastidores. Sabe que o apoio do senador do PDT será importante para sua eleição ao Senado, eleição de uma única vaga. Dino sabe que Weverton tem prefeitos fiéis e muitos aliados. Por sua vez, Weverton não pode anunciar apoio a outro candidato a Senador, até que a escolha se defina. Por enquanto publicamente se beijam, mas nesse beijo tem veneno.

As escaramuças emergem mais claramente nos blogs alinhados a um e outro. Ali se encontram os registros históricos que precedem a grande e provável ruptura. Weverton já disse que "foguete não tem marcha ré". Quando a cisão se concretizar, em palanques distintos, os ataques recíprocos serão inevitáveis. E o eleitorado não vai compreender como dois candidatos que se atacam ainda possa integrar o mesmo grupo político.

O resultado disso já é esperado. Dino chocou um ovo de serpente. Por enquanto as mensagens são subliminares. Mas eles entendem o significado de tudo e cada passo está sendo calculado com atenção redobrada  nessa fase. Existe uma mina enterrada no terreno da política que pode explodir a qualquer momento. Um passo em falso e tudo vai para os ares.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

A difícil transição

 Flávio Dino (PSB) prepara a sucessão de governo no clima de divisão do grupo que lhe dá sustentação. Teve tempo para se preparar, uma vez que esse processo foi experimentado nas eleições municipais, onde Eduardo Braide (Podemos) sagrou-se vitorioso diante da pulverização de candidatos oriundos da base do governador.

A divisão agora acontece com Weverton Rocha (PDT) e Carlos Brandão (PSDB), este último tendo a seu favor a preferência de Flávio Dino. O final do mês de janeiro seria o marco para a definição do grupo a respeito de quem seria o sucessor.

Weverton aparece na frente das pesquisas, só ficando em segundo lugar quando emerge no cenário a candidatura de Roseana Sarney, que já se lançou candidata ao governo nos últimos dias. Além desses três candidatos, são pretendentes ao governo Simplício Araújo (Solidariedade), Josimar do Maranhãozinho (PL), Edivaldo Holanda Junior (PSD), Enilton Rodrigues (PSOL), Lahesio Bomfim (PTB) e, possivelmente, Roberto Rocha (PSDB).

Muitas águas vão rolar ainda debaixo da ponte, ao que parece, diante da indefinição do cenário político nacional. As costuras do candidato Lula podem repercutir em vários Estados, incluindo o Maranhão. O debate sobre federações também.

É muito provável que Flávio Dino leve Carlos Brandão para o PSB, seu partido, que costura a mais consistente aliança com Lula. As negociações estão ainda em andamento, envolvendo várias unidades da federação, como PE, RGS, SP, ES, e RJ. 

Enquanto isso, Weverton Rocha também se movimenta, tentando trazer o PT para sua coligação e partidos como o PSOL, que, para sustentar a candidatura de Boulos em SP tenta fazer acordos com o PDT do Maranhão.

Edivaldo Holanda, por seu percentual de votos na capital, e Maranhãozinho por seu poder econômico e força política no interior também poderão desequilibrar a disputa, sendo provável que serão procurados para um eventual acordo para favorecer um dos principais candidatos da disputa eleitoral.

O fato é que a candidatura ao Senado de Flávio Dino dependerá também de seu desempenho na difícil tarefa de conciliar seu grupo de apoio. Havendo a cisão, o Senador Weverton provavelmente buscará apoiar outro candidato ao Senado, havendo margem grande de manobra para acordos com Edivaldo ou Josimar.