quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

O ANÚNCIO DO ESPERADO

 Dia 31 de janeiro houve o anúncio definitivo do candidato sucessor ao governo do Estado pelo grupo de Flávio Dino (PSB), Carlos Brandão (de malas prontas para o PSB).

Weverton Rocha (PDT) não compareceu à reunião, preferindo outro espaço para publicamente anunciar que manterá a candidatura ao governo, embora apoie FD ao Senado.

Embora os dois movimentos tenham ganhado amplo espaço na mídia, era algo esperado por todos. Em entrevista à Difusora, Weverton ainda está medindo as palavras, mas de vez em quando escapa a queixa e a crítica que beira o ataque à Carlos Brandão.

O principal divisor de águas - segundo o discurso de Weverton - é o fator ideológico, o que reforça o campo que o senador quer demarcar para justificar a ruptura. Entre nós sabemos que o PDT nunca teve dificuldade para se aliar à direita, como ao PSDB, muito menos ao PSB, para onde migrará Brandão nos próximos dias.

A questão é de timing, muito mais que de ideologia. Pode até haver interesses distintos entre os dois grupos (o de Brandão e o de Weverton), mas com outros fundamentos.

Weverton tem mais quatro anos de mandato, sendo hoje um franco atirador na disputa. Em 2026 haveria riscos a serem ponderados. Houve cálculo e planejamento para esse momento. FD sabia disso, mas, do seu lado, existem circunstâncias que foram consideradas.

FD tem um patrimônio eleitoral dentro do governo, do qual Brandão será o herdeiro legítimo. Romper com Brandão significaria ter que desembarcar, com todos os cargos indicados e ainda ter um governador hostil durante a campanha.

Por outro lado, a fidelidade, quase canina, de Brandão, contrasta com as recentes movimentações de Weverton, que lidera um grupo dissidente que se afirmou nas eleições municipais, migrando para Eduardo Braide no segundo turno.

As divergências não param por aí, ao que parece. Até polêmicas matemáticas entraram em jogo, cada qual relativizando o conceito de maioria ou de minoria. Nenhum dos dois quer ser minoria no grupo de 15 partidos onde hoje se abre uma fenda.

Até a contagem de apoios por partidos se revela frágil, visto que dentro das agremiações emergem rachaduras, com lideranças importantes tomando posições fora da orientação partidária, como é o exemplo de Othelino Neto (PCdoB), Eliziane Gama (Republicanos), Jefferson Portela (que era do PCdoB, mas ainda ocupa o cargo de Secretário de Segurança), Honorato Fernandes (PT) e vários outros, apenas para mencionar o que acontece do lado da candidatura de Weverton.

E esse foi apenas o primeiro round de uma disputa que dará ensejo a outras movimentações de candidaturas que esperam o momento certo de anúncio, como a de Edvaldo Holanda Júnior e Josimar do Maranhãozinho. 

As peças começaram a se mover no tabuleiro.