quarta-feira, 30 de junho de 2010

PT tem boas chances de ampliar bancada no Senado

Congresso em Foco
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Avaliação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) mostra que o partido de Dilma Rousseff poderá conquistar até 13 vagas entre os novos senadores da próxima legislatura. PCdoB e PSB também deverão crescer



Marta Suplicy é um dos nomes fortes do PT para o Senado. Diap estima que o partido deverá aumentar bancada dos 11 atuais para 16 senadores
Lúcio Lambranho

O PT é o partido com maiores chances de aumentar sua bancada no Senado depois das eleições de outubro. Com 11 senadores atualmente, dos quais oito terminam o mandato em fevereiro de 2011, a legenda do presidente Lula e da candidata à Presidência da República Dilma Rousseff tem boas possibilidades de passar a contar com 16 senadores na próxima legislatura. A previsão faz parte de uma análise feita pelo diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz.

Para o diretor do Diap, o PT tem chances altas de eleição de senadores em 12 estados (veja a lista dos candidatos em cada estado) e ainda de emplacar novamente o suplente amazonense João Pedro. Ele já ocupou a vaga, no lugar do senador Alfredo Nascimento, que agora, embora tenha mandato até 2015, tem chances de se eleger governador do estado. Como as últimas pesquisas mostram o ex-ministro dos Transportes na frente da disputa, com até 36% das intenções de voto, as chances do PT herdar a vaga sem muito esforço também aumentam. Assim, o partido tem boas possibilidades de ganhar um total de 13 cadeiras no Senado.

Para Antônio Augusto, a lista dos novos senadores inclui a ex-ministra do Turismo Marta Suplicy, por São Paulo, e o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, por Minas Gerais. O diretor do Diap também conta com a reeleição dos senadores Paulo Paim (RS), Delcídio Amaral (MS) e Augusto Botelho (RR). E acredita que levam vantagem nas disputas por duas vagas nos seus respectivos estados os ex-governadores Jorge Viana, no Acre, e Wellington Dias, no Piauí.

A lista é completada por cinco apostas do partido cujas chances eleitorais também são bem avaliadas pelo Diap: os deputados federais Carlos Abicalil (MT), que venceu a disputa interna com a senadora Serys Slhessarenko pela candidatura; Vignatti, em Santa Catarina; e Walter Pinheiro, na Bahia; o ex-ministro da Saúde Humberto Costa, em Pernambuco; e Gleisi Hoffman, ex-diretora de Itaipu e mulher do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, no Paraná.

PCdoB e PSB

A avaliação feita a pedido do Congresso em Foco também revela chances de crescimento em outros dois partidos que compõem a base do governo Lula e apoiam o PT nas eleições.

PCdoB e PSB, segundo o levantamento, também podem ter bancadas maiores em 2011. Além de manter a vaga do já senador Inácio Arruda (CE), o PCdoB poderá eleger outros três senadores. As novas vagas viriam do Amazonas, com a deputada Vanessa Grazziotin, e do Acre, com Edvaldo Magalhães, que hoje tem apenas 4,8% nas pesquisas, mas pode crescer, segundo o Diap. "Os irmãos Viana podem fazer com que o nome de Edvaldo suba mais na pesquisa, dando chance para ele conquistar a segunda vaga", prevê o diretor do Diap.

Ele acredita que o PSB, na pior das hipóteses, manterá uma das suas duas atuais vagas no Senado. Renato Casagrande (PSB) está fora dessa disputa, pois concorrerá a governador do Espírito Santo. Antônio Carlos Valadares, porém, deve obter a reeleição em Sergipe. Mas Antônio Augusto de Queiroz estima que o partido poderá ter até quatro representantes em 2011. "Poderá ter a reeleição do senador por Sergipe e mais três novos senadores", afirma o diretor do Diap.

As maiores chances, diz ele, estão no Maranhão, com o ex-governador José Reinaldo; na Bahia, com a atual deputada federal Lídice da Mata; e no Amapá com o senador cassado João Capiberibe. O caso de Capiberibe é o mais complicado porque ele ainda terá de passar pelo crivo da Lei da Ficha Limpa. Em tese, os novos critérios de inelegibilidade impedem sua candidatura (veja a relação de quem está ameaçado pela Lei da Ficha Limpa).

Mas a previsão também inclui a possibilidade de conquista de uma das vagas no Rio Grande do Norte com a ex-governadora Wilma Faria, apesar da disputa apertada com os senadores Garibaldi Alves (PMDB) e Agripino Maia (DEM). O Diap aposta ainda na eleição do deputado federal Rodrigo Rolemberg no Distrito Federal.

"Com o governo do estado nas mãos, as chances da Wilma deve aumentar com o início da campanha na televisão. E o Rolemberg deve fazer uma boa campanha pela segunda vaga, já que a primeira é dada como certa para a reeleição do senador Cristovam Buarque, do PDT", pondera o diretor do Diap. "Acredito que o deputado tem mais chances que a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia, do PSDB".

Oposição e PMDB

DEM e PSDB, os dois principais partidos de oposição devem perder senadores na composição da próxima legislatura, prevê o levantamento do Diap.

O PSDB tem 13 senadores, sendo que nove terminam o mandato em 2011. "O partido não tem a menor chance de fazer nove senadores com seus 13 candidatos. Só tem eleição garantida com Tasso Jereissati no Ceará, Aécio Neves em Minas e Cássio Cunha Lima, na Paraíba, caso não seja impugnado pelo ficha limpa", acredita o diretor do Diap.

Já o DEM tem atualmente 14 senadores, sendo que oito terminam o mandato em 2011. "No cenário mais otimista, a bancada encolhe de 14 para 10 senadores", prevê Antônio Augusto de Queiroz.

E o PMDB, atualmente com 17 integrantes do Senado, não tende a crescer. O levantamento aponta que o partido deve ficar com algo entre 14 e 16 cadeiras. "São 14 senadores que terminam o mandato em 2011. O partido não tem esse número de candidatos fortes nos estados", avalia. O diretor do Diap aposta, de qualquer maneira, que os atuais comandantes da bancada peemedebista tendem a reeleger-se.

Renan Calheiros e Romero Jucá não têm, respectivamente, competidores fortes em Alagoas e em Roraima. Já Valdir Raupp pode ser o segundo mais votado em Rondônia em disputa acirrada com a senador Fátima Cleide (PT). O presidente da Casa, senador José Sarney (AP), não participará da disputa porque tem mais quatro anos de mandato.

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