Do Congresso em Foco –
* 22/06/2010, 10:55
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Estimativa da Fundação Ulysses Guimarães (FUG) também avalia que o
partido continuará com as maiores bancadas tanto na Câmara como no
Senado
Por Mário Coelho, Lúcio Lambranho e Rudolfo Lago – Do Congresso em Foco
À primeira vista, como apenas empresta o vice para a candidatura de
Dilma Rousseff, do PT, o PMDB pode parecer um coadjuvante no pleito de
outubro. Se as eleições, porém, foram avaliadas pelo ângulo das
disputas regionais, o partido demonstra por que se tornou a maior
agremiação política do país depois da redemocratização. Sem candidato
próprio à Presidência há 12 anos, a aliança com o PT para tentar
eleger Dilma Rousseff dará ao PMDB ainda mais poder político, após as
eleições de 2010, principalmente nos estados. É o que prevê uma
estimativa da Fundação Ulysses Guimarães (FUG), especializada em
estudos políticos do PMDB. Pela projeção da fundação, o partido poderá
eleger até 12 governadores, cinco a mais do que os sete eleitos nas
eleições de 2006. A avaliação é referendada pelo presidente da FUG no
Espírito Santo, Chico Donato, que esteve nas cinco regiões do país
visitando os diretórios regionais do PMDB pelo projeto “Estradas e
Bandeiras”.
Apelidado de “IBGE do PMDB”, o estudo realizado entre abril e maio de
2009, também dá como certa a manutenção das duas maiores bancadas no
Congresso com integrantes do partido. Atualmente, o PMDB tem 18
senadores e 90 deputados.
A conta de Donato nos governos estaduais leva em consideração um
vice-governador no Amazonas, já que o partido indicou o ex-secretário
de governo do Amazonas José Melo como vice na chapa do candidato a
governador do estado, Omar Aziz (PMN). Aziz foi o vice-governador do
peemedebista Eduardo Braga, ex-governador do estado, e candidato ao
Senado junto com a deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB). A chapa
garante palanque para Dilma.
Os outros onze estados com chances reais, segundo o dirigente do PMDB,
são: Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraíba, Maranhão, Bahia, Rondônia e
Tocantins.
Com a eleição de um número maior de governadores, o PMDB deverá
controlar uma fatia ainda do orçamento nacional. Como mostrou o
Congresso em Foco em fevereiro de 2009, o dinheiro público
administrado pelo PMDB já ultrapassa em mais de duas vezes o orçamento
federal da Argentina. Sem contar as prefeituras, o partido controla
cerca de R$ 258,9 bilhões, divididos em seis ministérios, sete
governos estaduais, a Câmara e o Senado.
Mas, apesar da avaliação positiva da Fundação Ulysses Guimarães, o
PMDB não lidera as pesquisas em todos os estados em que tem candidato
próprio (veja a situação em cada estado, de acordo com as últimas
pesquisas). A maior chance, por enquanto, está na reeleição do
governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli.
O candidato do PMDB tem 51% das intenções de voto, segundo a pesquisa
do Instituto Ibrape (8-14-abril). O ex-governador Zeca do PT (PT) tem
32% e a senadora Marisa Serrano (PSDB) com apenas 8%, índice menor do
que os de brancos, nulos e indecisos que somam 9%.
Além dessa possibilidade de reeleição, o PMDB avança em dois estados
importantes, antes controlados por governadores do PSDB. Em Minas
Gerais, Hélio Costa já aparece na frente na última pesquisa Sensus com
49,5% contra 20,7% de Antonio Anastasia (PSDB).
No Rio Grande do Sul, apesar da neutralidade do candidato do partido
em relação ao palanque para Dilma Rousseff, o prefeito de Porto
Alegre, José Fogaça (PMDB), está em segundo lugar nas pesquisas.
Segundo a última pesquisa Vox Populi (12.mai.2010), Tarso Genro (PT)
tem 32% das intenções de voto contra 27% de Fogaça. Considerando a
margem de erro, os dois candidatos estão tecnicamente empatados.
“Partido mais estruturado”
O cientista político e professor da Universidade de Brasília (UnB)
Davi Fleischer também acredita que a tendência é que o PMDB eleja um
grande número de deputados, senadores e governadores. Para sustentar a
tese, o cientista político recorre aos números das últimas eleições,
tanto municipais quanto estaduais. Em 2008, por exemplo, o partido fez
o maior número de vereadores e prefeitos. E já possui uma grande
quantidade de deputados estaduais, além de deter a maior bancada de
deputados e senadores no Congresso. “Tudo indica que o PMDB vai
continuar a crescer. É o partido mais bem estruturado do país, com
presença em quase todos os municípios”, afirmou Fleischer.
Mas ele ressalta que o partido pode ter problemas em alguns estados,
como Minas Gerais e Maranhão, onde o PT foi obrigado pelo diretório
nacional a se aliar com os peemedebistas. Para Fleischer, a aliança
pode surtir o efeito contrário. “Isso deixou parte do PT irritado”,
frisa o cientista político.
Para o dirigente da Fundação Ulysses Guimarães, o desgaste entre os
dois partidos não é problema mesmo após a greve de fome do deputado
Domingos Dutra (PT-MA) e do líder petista maranhense Manoel da
Conceição na Câmara na semana passada. “Este deputado é um
arqui-inimigo dos Sarney há muito tempo. O protesto e a reação do PT
não devem fazer diferença no eleitorado no Maranhão”, avalia Donato.
O peemedebista do Espírito Santo também acredita em um virada na Bahia
em favor do candidato do PMDB, que atualmente está em terceiro lugar
nas pesquisas. “Na Bahia, apesar das pesquisas, o ex-ministro da
Integração Geddel, pode ser beneficiado com a polarização entre o
governador candidato à reeleição do PT e o candidato do DEM, Paulo
Souto. O estado quer uma alternativa e acreditamos que nosso candidato
passa para o segundo turno”, avalia.
Ameaça de intervenção
Os dois casos citados pelo cientista político, Maranhão e Minas
Gerais, como problemas para a aliança entre PT e PMDB também podem ser
somados a dois outros entraves eleitorais recentes para os dois
partidos que marcham juntos na disputa pelo Palácio do Planalto. Há
uma possibilidade de intervenção no diretório catarinense do PMDB e os
reveses da disputa no Distrito Federal, onde parte do partido defendeu
a candidatura própria do governador Rogério Rosso (eleito de forma
indireta após a renúncia do ex-governador José Roberto Arruda) e a
parte vencedora optou por oferecer à chapa do PT a vaga de vice.
Mesmo, porém, no caso dessa vitória, poderá haver problemas. O nome
escolhido para vice, o deputado Tadeu Fillipelli durante anos foi um
dos principais aliados de Joaquim Roriz, principal adversário dos
petistas em Brasília. Boa parte dos eleitores parece resistir a votar
numa chapa que tenha Fillipelli de vice.
Em Santa Catarina, a decisão de abandonar a candidatura própria e
tentar reeditar a “tríplice aliança” – DEM, PSDB e PMDB – causou
estranheza à cúpula nacional do partido. Tanto que foi aberto prazo de
oito dias para defesa do diretório regional. Caso não mude de ideia,
haverá intervenção nacional. Se os argumentos não forem aceitos, a
direção estadual será destituída. Até o momento, a intenção de não
lançar candidato próprio, costurada pelo ex-governador Luiz Henrique
da Silveira, está mantida. Assim como o apoio a José Serra.
Peemedebistas catarinenses ouvidos pelo site afirmam que o partido vai
rachado para a convenção, marcada para o próximo sábado (26). Até o
momento, existem duas possibilidades de voto. Uma é da coligação com
DEM e PSDB, e a indicação do presidente regional do PMDB, Eduardo
Pinho Moreira como vice. Além disso, Luiz Henrique, o ex-governador do
estado pelo PMDB, será candidato ao Senado. No entanto, já apareceu
uma candidatura dissidente. O também ex-governador e ex-deputado Paulo
Afonso Vieira apresentou-se como nome ao Senado. Afonso vai disputar
com Luiz Henrique – que possui grande influência entre os votantes – a
indicação peemedebista.
A possibilidade do lançamento de uma chapa pura dissidente é
descartada entre os peemedebistas. Os principais nomes do partido são
favoráveis à coligação com DEM e PSDB e o apoio a Serra. E o único
político viável eleitoralmente não tem como se candidatar. Dário
Berger, prefeito de Florianópolis, não saiu do cargo após perder
disputa interna contra Pinho Moreira. Berger também está envolto em
ações judiciais. Responde no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à
acusação de ser prefeito itinerante, já que comandou a vizinha São
José por dois mandatos.
Somados, o peemedebista, que já passou pelo então PFL (hoje DEM),
possui quatro mandatos seguidos. Por conta das constantes viagens à
Brasília e visitas ao TSE e ao Tribunal de Contas da União (TCU), foi
apelidado no meio político catarinense de “prefeito de Brasília”.
Distrito Federal
A disputa no Distrito Federal ganhou contornos inesperados. O anúncio
da coligação entre PT e PMDB – que sempre foram adversários ferrenhos
-, levantou novamente a questão da bandeira ética nas eleições. Os
peemedebistas, especialmente por conta do ex-governador Joaquim Roriz,
possuem uma imagem ligada a escândalos de corrupção. O PT sempre
tentou levantar um discurso de contraponto. Tanto que elegeu Cristovam
Buarque (hoje no PDT) ao governo em 1994. Porém, a aliança entre os
dois partidos, na tentativa de dar um palanque único a Dilma Rousseff,
acabou desagradando a militância dos partidos.
Além disso, serviu para dividir o PMDB. O partido elegeu Rogério Rosso
como governador para mandato tampão com a cassação de José Roberto
Arruda e a renúncia de Paulo Octávio. Na cerimônia de posse, ele, que
foi administrador de Ceilândia no governo de Roriz e presidente da
Codeplan no governo Arruda, prometeu não se candidatar à reeleição. O
presidente regional do partido, deputado Tadeu Filippelli, costurou um
acordo de bastidores com petistas e se lançou a vice de Agnelo Queiroz
(PT).
Na quinta-feira (17), Rosso se lançou como pré-candidato, tendo
Ivelise Longhi (PMDB) como sua vice. Na carta manuscrita enviada à
direção regional do partido, o peemedebista afirmou que a polarização
entre o PT e Roriz, que vai se candidatar pelo PSC, “não traduz os
anseios da nossa sociedade”. “Durante os entendimentos que permearam o
processo de eleição indireta no DF existia a esperança, um norte,
respaldado na articulação de Vossa Excelência com outros partidos e
lideranças políticas do DF, da formação de um novo pensamento, uma
nova opção para o Distrito Federal”, afirmou.
No sábado (19), o partido, em convenção tumultuada, definiu-se pelo
apoio a Agnelo Queiroz, com Filipelli como vice.
Confira aqui a análise feita em cada estado e os percentuais da
pesquisa onde Jackson Lago (PDT) encontra-se com 46,89% em
levantamento feito em abril, enquanto a governadora empossada pelo
TSE, Roseana Sarney (PMDB) aparece com 32,61%. E o deputado Flávio
Dino (PCdoB), que contava com o apoio do PT, ficou com apenas 4,97%.
Comentário meu:
Nota-se neste percentual o desespero latente do governo do estado em
acelerar as propagandas. Como não cuidou das pessoas e do estado em um
ano de governo, a senhora Roseana Sarney está vendo em números a sua
rejeição e tenta reverter os desgosto do povo com o tempero baiano de
Duda Mendonça, o homem que consegue eleger um poste, mas como Roseana
Sarney reluta em vestir-se de cinza e colocar fios elétricos na
cabeça, vai ficar difícil pro apostador de rinha de galos eleger a
filha do senador José Sarney.
Assim, ganhar no voto está ficando cada vez distante dos devaneios de
Roseana Sarney, a mídia a serviço do governo do estado (leia-se blogs
do Imirante) tenta incutir na cabeça da população que o governador
Jackson Lago não possa ser candidato, tendo como base análises
pretenciosas e 100% parciais.
Do Congresso em Foco
http://www.portalhoje.com/do-congresso-em-foco-com-base-em-pesquisa-pmdb-preve-eleger-governadores-em-12-estados-roseana-esta-fora-destas-pretensoes/1443411
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