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Terminou hoje (sexta, 18) a greve de fome de Manoel da Conceição, do deputado federal Domingos Dutra (PT-MA) e da ex-deputada federal Terezinha Fernandes. Os dois primeiros estavam no plenário da Câmara dos Deputados e ela ficou acampada na sede do diretório estadual do PT, em São Luís (MA). No começo da tarde de hoje, houve uma coletiva na sede do PT do Maranhão onde, dois dirigentes nacionais (Marcos Sokol e Renato Simões) e vários membros da direção estadual anunciaram um acordo político que viabilizou o fim do protesto. A greve de fome se deu porque a imensa maioria do partido, no Maranhão, não aceita, em nenhuma hipótese, uma coligação com o grupo Sarney.
Pelo tal acordo, os dois lados perdem. Nele está acertado que nenhum petista maranhense poderá ser obrigado a apoiar Roseana. Mas, para o constrangimento geral, o partido ficará formalmente coligado ao PMDB da máfia Sarney, que também poderá usar a estrela do PT em sua campanha. O apoio formal a Flávio Dino, definido no encontro regional, não será respeitado pela direção nacional. Neste aspecto, prevalece o estupro político. Porém, na prática, a militância e os principais líderes do partido no Maranhão se manterão na oposição radical ao grupo Sarney.
O ambiente criado pelo extremo sacrifício de Manoel, de Dutra e Terezinha não foi em vão, pois foi criado um fato político de grandes proporções estimulando todo tipo de solidariedade. Hoje, o dirigente nacional Marcos Sokol afirmou na coletiva, dentro da sede do PT do Maranhão, que “a presença de Sarney e Roseana na convenção que lançou Dilma para presidente fez com que esta mesma convenção fosse chocha”. Segundo eles, “os dois desmoralizaram a convenção de Dilma”. Já Renato Simões disse, logo depois, que “o verdadeiro PT do Maranhão estará na oposição ao grupo Sarney.”
A verdade é que o acordo teve como principal objetivo tentar evitar a morte de Manoel da Conceição, que, por ser diabético e ter 75 anos, foi o mais penalizado pelo sacrifício, tendo que ser internado hoje em uma UTI. Mas, o clima no PT maranhense é de total beligerância entre os autênticos (maioria) e a turma que resolveu aceitar cargos no governo Roseana. Além disso, Lula está fechado com Sarney. Sendo assim, apesar do acordo mediado pelos dirigentes nacionais, é provável que ao longo da campanha (e mesmo antes da convenção) haja brigas homéricas.
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