quinta-feira, 19 de julho de 2012

Psol é o partido com mais candidatos a prefeito nas capitais


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17 de julho de 2012 17h48 atualizado às 17h55

Murilo Matias
Um partido novo, com postura ideológica de esquerda e que se diz defensor da ética na política é a legenda que apresentará mais candidaturas ao eleitorado nas capitais brasileiras. Com 23 candidatos, o Psol tenta se tornar um partido nacional, apesar do pouco tempo de vida da sigla e da baixa densidade eleitoral apresentada nas eleições anteriores.
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"O Psol é um partido que tem um programa diferenciado e uma identidade socialista forte que está se afirmando. A sigla tem só sete anos e ela tem que se afirmar nacionalmente, de forma que é uma tendência natural encabeçar a chapa para divulgar sua ideologia. Além disso, a proposta politica de alianças do Psol, apesar de ter algum grau de amplitude, não é tão flexível como a do PT e de outros partidos", afirmou o presidente nacional do Psol, deputado federal Ivan Valente.
Ainda sobre as alianças, Valente afirma que o partido possui uma gama limitada de legendas com as quais pode se alinhar, por questões programáticas. Entre essas agremiações, estão partidos que já formaram a frente popular (PDT, PSB, PCdoB) e a frente de esquerda (PSTU, PCB). "O projeto do partido é lançar candidaturas próprias. Entre os partidos de esquerda somos o que tem maior projeção institucional, projetando quadros com uma boa capacidade de disputa em capitais importantes, como Rio de Janeiro, Belém, Macapá e Fortaleza", relatou o deputado.
Polarização PT-PSDB
PT e PSDB, dois partidos que polarizam as disputas nacionais nas últimas duas décadas apresentam um número de candidatos semelhante. Enquanto os petistas encabeçam 17 coligações, os tucanos apresentam 18 candidatos nas capitais. A principal disputa envolvendo as duas siglas se situa em São Paulo, onde o ex-governador do Estado, José Serra (PSDB) enfrenta a emergente campanha de Fernando Haddad (PT), apoiado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Entre as duas legendas está o PMDB, com 12 candidatos. Conhecidos pelo pragmatismo quando o assunto é a formação de coligações, os peemedebistas são aliados tanto de tucanos quanto de petistas, dependendo da capital do país. Se no Rio de Janeiro, o PMDB tem o PT como aliado de primeira ordem do atual prefeito e concorrente à reeleição, Eduardo Paes (PMDB), em Vitória, os peemedebistas integram a chapa de Luiz Paulo (PSDB), em uma situação que se repete em várias outras cidades.
Partidos tradicionais perdem força
Além do Psol, dos 29 partidos brasileiros que irão apresentar candidatos em todo o país, PT, PSDB, PMDB, PSTU, PSB e PPL superam o número de 10 candidatos nas capitais. Na outra ponta, partidos tradicionais perdem espaço no cenário nacional. É o caso do PTB, PP e Democratas, que somados apresentarão 15 candidatos nas capitais.
Apesar de nas capitais o DEM ter oito candidatos, se situando em uma faixa intermediária com relação a outros partidos, o presidente nacional da legenda, senador Agripino Maia aponta um crescimento da sigla em esfera nacional. "Podemos eleger prefeitos de cidades grandes, como Salvador, Aracaju, Fortaleza, o que já significa o quadro 2008 um avanço muito grande com relação ao quadro de 2008. Em uma avaliação madura, consciente, racional, o partido tem hoje totais condições de crescer", afiançou o senador do Rio Grande do Norte.
Nanicos para sempre
O PTN é o único partido brasileiro que não terá candidato em nenhuma capital. Um pouco melhor que o Partido Trabalhista Nacional, PRP, PTC e PHS apresentam um único candidato, cada, nas capitais.
De acordo com o doutor em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Edison Nunes, a falta de candidaturas dos partidos chamados de nanicos tem razões claras. "Como não há um maior contato do candidato com o eleitor pela mídia ou pelas grandes organizações não se forma um incentivo para apoiar pequenos partidos por não terem nomes capazes de galvanizar uma disputa numa grande cidade. Além disso, os custos de campanha são muito altos e as pessoas que estão dentro das pequenas siglas não possuem grande experiência política".
Para Nunes, a existência de siglas com pouca capacidade eleitoral não é problemática para a política nacional e não existe uma única maneira para um partido se tornar mais representativo. "Os partidos são meios fundamentais da disputa eleitoral. A razão de existir de pequenos partidos é que eles representam setores da sociedade que não tem espaços mais amplos. São partidos nacionais, pois mesmo que não concorram a cargos majoritários, tem candidatos às câmaras municipais. Os partidos pequenos não atrapalham nossa democracia".

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