terça-feira, 5 de outubro de 2010

Coronel Melo ataca de novo

Roseana utiliza o Gabinete Militar para favorecer apadrinhados políticos, diz o coronel
Em carta encaminhada à Redação do Jornal Pequeno, o coronel Francisco Melo da Silva faz uma grave denúncia contra a governadora Roseana Sarney (PMDB). Ele afirma que atualmente o Gabinete Militar da Governadora abriga mais do que o efetivo previsto na legislação estadual, “exatamente para atender a correligionários políticos” de Roseana Sarney.
De acordo com a denúncia do coronel, “enquanto a Governadora disponibiliza policiais militares para a atividade particular de seus aliados, os índices de criminalidade só aumentam em todo o Estado”.
O coronel Melo denuncia ainda que um filho do senador Edison Lobão (PMDB) tem um policial militar trabalhando há mais de um ano como seu motorista particular. De acordo com a denúncia do coronel, o cabo Marinho foi destacado irregularmente para trabalhar como motorista de uma empresa privada – a Haitec -, com sede em Imperatriz, pertencente ao empresário Luciano Lobão, filho do ex-ministro de Minas e Energia. Leia abaixo a carta encaminhada pelo coronel Melo ao JP:
“Mais uma imoralidade ocorre no serviço público estadual. Um cabo da Polícia Militar do Estado do Maranhão trabalha há mais de um ano como motorista para uma empresa privada, com sede em Imperatriz. O policial é o cabo Marinho e seu chefe é o empresário Luciano Lobão, proprietário da empresa Haitec.
Este não é o único caso. Pasmem! O coronel Caetano, que está classificado no Gabinete Militar da Governadora – cujo chefe é de posto inferior ao seu – trabalha para o senador Lobão. Isso não é permitido, porque o artigo 1º, da Lei 8.507/2006, diz que os ex-governadores tem direito a uma segurança pessoal no período correspondente ao que estiveram no exercício do mandato. O senador Lobão deixou o Palácio dos Leões em 1994. O coronel e outro PM não têm atividades nem no Gabinete Militar nem na PMMA, mas sim em empreendimentos da família do senador.
Tornou-se um hábito reprovável neste governo, pessoas que não têm nenhum vínculo com a administração pública do Estado ou exercem qualquer atividade de risco, desfrutarem de privilégios de terem policiais militares trabalhando em atividade particular, com custas para o Estado, em detrimento do serviço público. Enquanto isso, vários municípios maranhenses, como Serrano do Maranhão, Cedral, Bacuri e tantos outros, têm apenas dois policiais militares para darem segurança a milhares de pessoas.
Se isso não for uma imoralidade para a administração pública, pelo menos é uma vergonha para aqueles que juram de pés juntos defenderem os interesses do Estado e de seu povo. Hoje, o Gabinete Militar da Governadora abriga mais do que seu efetivo previsto na legislação estadual, exatamente para atender a seus correligionários políticos.
Enquanto a Governadora disponibiliza policiais militares para a atividade particular de seus aliados, os índices de criminalidade só aumentam em todo o Estado, embora sua propaganda insista em mostrar o contrário. Mas, como dizem os matemáticos, “os números não mentem jamais”. Ou como ensina o ditado popular: “a mentira só dura enquanto a verdade não chega”.
Como se observa, neste governo acontece de tudo. Até mesmo desrespeitar uma decisão da Corte da Justiça do Estado. No dia 25 de agosto do corrente ano, o TJMA, por unanimidade de votos do Pleno, tornou nulo o ato da Governadora que me exonerou do mandato de Conselheiro do Cetran, me concedendo o direito pleiteado, mas até a presente data a Governadora não cumpriu a decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão.
Aqui é assim. Eles fazem tudo e desrespeitam a todos, não cumprem a Lei e tampouco os princípios constitucionais da administração pública, e, ainda se acham no direito de dizerem que tudo é por conta da política. Nada disso, pois não sou candidato a nada, até a Lei me proíbe a filiação partidária na atividade policial militar. Agora, o que a Lei não me proíbe, aliás ela me assegura, como um direito fundamental é o direito de participação na vida política do Estado, o que estou exatamente fazendo como cidadão. Não é pelo fato de ser funcionário público estadual que devo me calar diante dos fatos ilegais praticados por aqueles que tem por dever de ofício zelar pela coisa pública.
Finalmente ou infelizmente já dizia Kant: “As coisas têm preços e o ser humano tem dignidade”. Portanto, todo ser humano é digno de ter as informações necessárias para sua convivência em sociedade. Aliás, a dignidade de pessoa humana é mais do que um direito, é um atributo”.

Fonte: http://www.jornalpequeno.com.br/blog/manoelsantos/


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