Companheiros;
As forças mais reacionárias e conservadoras deste país (a TFP, Opus Dei, os latifundiários do agronegócio, parte da grande mídia e os fundamentalistas cristãos) conseguiram pautar o segundo turno das eleições com o uso moralista e sensacionalista das questões em torno do aborto e da homossexualidade.
Reduzir o debate eleitoral a questões que jogam com a ignorância, as paixões e os preconceitos da maioria do eleitorado, buscando uma polarização odiosa entre quem é a favor ou contra o aborto e “casamento” gay, é buscar a vitória através do eclipse da razão. Essa escuridão foi lançada sobre a campanha eleitoral pelo candidato José Serra que buscou, a todo custo, “demonizar” essas bandeiras históricamente defendidas pelos que lutam por uma sociedade verdadeiramente democrática, libertária e igualitária. Mas também é preciso dizer que Lula, Dilma e o PT têm enorme responsabilidade nesse trágico retrocesso da consciência social que possibilitou todo esse rebaixamento programático da disputa eleitoral. Nos últimos oito anos se jactaram de um pragmatismo vulgar e fizeram troça de qualquer apelo à mais elementar coerência programática. Hoje são vítimas do veneno que usaram, sem pudor, para desqualificar a oposição de esquerda ao governo Lula. Com a mesma coerência que combatemos a despolitização, a cooptação e a desmoralização ideológica da esquerda brasileira captaneada por Lula e pelo PT, denunciamos o terrorismo propagandístico de estilo fascista utilizado por Serra e pelos que o apóiam.
Temos plena consciência de que a vitória do candidato do PSDB, obtida com o uso destes métodos e desse discurso reacionário, poderá abrir espaço para um grande retrocesso político do Brasil. Por este motivo e, em nome dos princípios do PSOL (em especial a defesa dos Direitos Humanos, das liberdades civis e do Estado laico), defendemos que o partido recomende, aos nossos, um voto crítico em Dilma.
MANDATO JEAN WYLLYS, Deputado Federal eleito – PSOL-RJ
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