Reta final é sempre a mesma coisa: os candidatos adversários entre si começam a bater abaixo da linha de cintura. Os ataques deixam de ser programáticos e assumem uma faceta extremamente oportunista. As candidaturas medem a potência e a oportunidade do golpe a partir do lugar em que cada um figura nas pesquisas de intenção de voto.
Portanto, o golpe não serve como disputa de idéias, porque se desenvolve a partir de um senso de oportunidade lógica. Exemplo: Whashington Luiz quando ataca Edvaldo Holanda Junior. Não atacava, porque não havia necessidade. Agora tem. Esse tipo de ataque difere muito visivelmente do confronto de idéias, por isso tem a necessidade de dissimular crenças ideológicas e posições políticas que porventura não agradem ao eleitor.
Não é só. Quem apanha também dissimula. Tergiversa nos argumentos, quando interessa não responder diretamente a uma acusação. Exemplo: Whashington bate agora em Edvaldo, mas já bateu em Castelo. Todo mundo viu isso no programa eleitoral. Mas Edvaldo, no seu discurso de vítima, afirma que Whashington bate nele para favorecer Castelo.
Ser vítima também pode render voto, todo mundo também sabe disso. Mas se o golpe for certeiro, a vítima pode cair, abatido. É só lembrar o que o conglomerado Castelista, apoiado por Jackson e pelos Holandas fizeram com Flávio Dino nas eleições municipais passadas.
Os edvaldistas (ou dinistas, como queiram) dizem que Whashington, num provável segundo turno entre Castelo e Edvaldo, escolherá Castelo. A tese também não é improvável. Não seria a primeira vez que o grupo de Whashington comporia com o PSDB no Estado. Considerando-se que Dino apronta-se para ser o adversário mais consistente do grupo Sarney em 2014, o raciocínio tem lógica.
O fato é que Whashington resolveu bater forte e feio, em Edvaldo. Na última oportunidade, utiliza até a morte de Décio Sá, para associar a imagem de Edvaldo ao crime organizado. O curioso da história é que as investigações da polícia indicam mais de um correligionário do grupo Sarney, envolvido com o grupo de agiotas que acabaram com a vida do jornalista. Mas, como o mundo dá voltas, o PTC, partido de Edvaldo Holanda Junior, tem como secretário geral o delegado Almir Macedo, muito ligado a Cutrim, que foi citado no inquérito que apura a morte de Décio.
Não é só isso. As acusações de Washington assumem a faceta de verdadeiros transtornos dissociativos. Em linguagem psiquiátrica significa que o sujeito perdeu a consciência da própria identidade. O candidato do PT sarneísta reclama de posições de Edvaldo, exatamente quando assume a orientação do governo federal, que é também do PT. No caso do salário mínimo e do código florestal, Edvaldo foi menos petecista do que petista. Para se ter uma ideia, nem o PCdoB, que apoia os governos do PT, desde Lula, votou uniformemente de acordo com a orientação do Planalto (a bancada comunista rachou bem no meio). Por isso, o PCdoB já fez chegar a Brasília um lamento indignado contra o candidato do PT, que nega as posições defendidas pelo governo Dilma.
É verdade que, nos dois casos referidos, a nota de defesa da campanha de Edvaldo serve apenas aos simpatizantes do governo Dilma - talvez para o PCdoB isso seja o suficiente - porque não nega como votou Edvaldo em relação ao código florestal e ao salário mínimo: mas apenas confirma que tudo ocorreu conforme a orientação do governo federal. Para quem não engoliu aquela pílula, resta abismar-se com tudo.
Do lado de Castelo - que já recebeu o apelido de Caostelo - surge o Veículo Leve sobre Trilhos, o VLT, trazido às pressas no meio da campanha - adivinhe para quê. Como símbolo do mau caratismo político, ficará estacionado inútil, até que os trilhos por onde necessariamente terá que trafegar fiquem prontos. Isso mesmo, existem apenas cerca de 800 metros de trilhos do VLT. O resto ficará para depois da eleição, como uma espécie de ameaça ao eleitor. Ele é o prefeito onde o ano escolar tem início no segundo semestre, sem responder a nenhuma ação criminal por isso. Um verdadeiro mago ilusionista!
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