sábado, 15 de setembro de 2012

Limites da esquerda na questão ambiental


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Em debate realizado no Simpósio Internacional da Esquerda, na Universidade de São Paulo, palestrantes apontaram limitações atuais da esquerda na questão ambiental: indeterminação do conceito de desenvolvimento sustentável, a cosmologia dos povos indígenas, a urgência de uma nova esquerda, que diferente da esquerda tradicional, altamente produtivista, se encarregue de questionamentos mais amplos, como o que envolve o meio ambiente foram alguns dos principais temas abordados no debate.

São Paulo - A mesa "Esquerda e o Meio Ambiente", realizada no último dia do Simpósio Internacional da Esquerda, na Universidade de São Paulo, teve a participação de Maurício Waldman, Francisco del Moral Hernández, Ana Paula Salviatti e Gilson Dantas. De pontos de vista distintos os palestrantes apontaram as limitações impostas pelo capitalismo ao meio ambiente. A indeterminação do conceito de desenvolvimento sustentável, a cosmologia dos povos indígenas, a urgência de uma nova esquerda, que diferente da esquerda tradicional, altamente produtivista, se encarregue de questionamentos mais amplos, como o que envolve o meio ambiente foram alguns dos principais temas abordados no debate.

Francisco Hernández, engenheiro elétrico e ambiental, professor e assessor, que atuou no painel de especialistas no caso da usina hidroelétrica de Belo Monte, expôs a influência dos livros marxistas que abordam a temática, como Marxismo e Ecologia do professor Jonh Bellamy Foster e compartilhou a experiência vivida junto dos grupos e movimentos organizados em torno da causa ambiental no norte do país, afetados pelo progresso destrutivo imposto pela lógica de mercado.

Maurício Waldman, pós doc pela Unicamp, apresentou sua bibliografia e atividade na área de preservação ambiental desde os anos 70. Waldman apontou as continuidades e rupturas ocorridas ao longo dos anos no Brasil e no mundo em ações pró-ambientais, assim como a limitação das condições ambientais encontradas ao longo do globo.

Ana Paula Salviatti, mestranda em história econômica pela Universidade de São Paulo, buscou traçar um paralelo entre as condições de existência dos trabalhadores e dos meios de produção no âmbito de um capitalismo financeirzado, através dos mecanismos financeiros desenvolvidos no Protocolo de Kyoto, a participação de créditos de carbono junto de ativos de petróleo em fundos de hedge altamente especulados.

Gilson Dantas, médico de formação, doutor em sociologia pela UNB e editor da revista Contra Corrente analisou as estratégias e objetivos dos movimentos Occuppy Wall Street e do movimento ecológico grego que compõe a coligação de esquerda Siriza. Em entrevista feita com representantes do movimento norte-americano, Dantas, abordou a heterogeneidade dos integrantes e as condições embrionárias positivas de um movimento contestatório de forte repercussão, não só no país como no mundo todo.

Quanto às manifestações ocorridas na Praça Syntagma, em Atenas, Dantas expôs os acordos que o movimento ambiental grego esteve disposto a fazer junto da coligação Syriza colocando mais pontos de proximidade do que de ruptura com modelos europeus de governo.

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