Na noite do dia 25 de agosto, um investigador da SEIC atirou em um vigia, nas proximidades do Jardim Eldorado, Turu. O policial, Luis Fernando Negreiros Cardoso, era lotado na Superintendência de Investigações Criminais há oito anos. A vítima chama-se Ítalo D' Alessandro Vieira da Silva, tinha apenas 18 anos de idade e trabalhava aos finais de semana como vigia do condomínio.
D'Alessandro estava trabalhando com mais dois outros vigias, que estavam no local do fato. Segundo informou a polícia, o investigador chegou, num Siena vermelho sem placas, e, sem motivo aparente, teria acionado seguidamente a luz alta em direção aos três vigias, que teriam reclamado da atitude.
Luis Fernando Negreiros teria acionado por várias vezes a luz alta do veículo em direção aos três vigias, que teriam reclamado da atitude do policial. Sem motivo aparante, teria em seguida saído do carro e sacado de uma pistola ponto 40. Ítalo foi atingido com um disparo nas costas.
A defesa do policial alega que ele teria sacado da arma depois de um movimento brusco de Ítalo, que teria tentado levantar a camisa. O tiro seria uma reação de defesa., o que sugere que foi baleado por uma reação violenta, de perfil racista.
A versão da defesa não é coerente com o local onde a vítima foi atingida: nas costas. Ítalo também era o único dos jovens que era negro.
Os familiares da vítima foram atendidos hoje pela Comissão de Direitos Humanos da OAB-MA. Eles informaram que o policial ainda desferiu dois chutes em Ítalo, ainda no chão, alegando que fazia isso porque o "neguinho teria reclamado". Os outros vigias informaram à polícia que o policial apresentava sinais de embriaguez.
Tive informações de que o inquérito já foi instaurado e o procedimento disciplinar também. O subdelegado Afonso informou que o policial já foi afastado de suas funções e a arma apreendida.
Ítalo não corre risco de morte, mas tudo indica que ficará paraplégico. Ele tem um filho de apenas um ano de idade e está internado no Hospital Geral, em São Luís.
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