A menor taxa de encarceramento (1 preso por grupo de cem mil habitantes) é a do Maranhão: 100,6. O campeão é o Acre,com 780, 8. São Paulo tem 617,4. Em termos de déficit de vagas, temos 19 Estados à nossa frente.
Portanto, a superlotação e o excesso de prisões não podem ser os fatores decisivos para o incremento da violência no sistema prisional. Em nenhum Estado da Federação se matou 60 presos ao ano, como no Maranhão.
E são poucos os Estados onde os ataques das organizações criminosas estão se projetando para as ruas. Observando a incidência de mortes, no período posterior à posse do atual Secretário da Sejap (1º de março de 2013) ocorre um salto, inexplicável.
Apesar de continuar a ser o mesmo governo e a estrutura da Sejap não mudar significativamente, as mortes começaram a se reproduzir assustadoramente.
É evidentemente que a escalada da violência não se firmaria, sem terreno fértil.
A taxa de homicídios letais intencionais do Maranhão subiu de 16,2, em 2010, para 24,0, em 2012, segundo dados do 7º Anuário do FBSP.
O Estado continua a ostentar péssimos indicadores sociais, mesmo contando com a metade da população no programa Bolsa-Família. Ou seja, se não fosse o governo federal - e seu programa de transferência de renda - a situação social do Maranhão estaria muito mais grave.
O Maranhão tem proporcionalmente a maior concentração de pessoas em condições extremas de pobreza. Da população de 6,5 milhões de habitantes, 1,7 milhão está abaixo da linha de miséria (ganham até R$ 70 por mês). Isso representa mais que o triplo da média do país, segundo o IBGE.
Portanto, a violência regurgita o modelo de sociedade, cuja maior violência é a exclusão social e a concentração de riquezas.
Ao lado disso, é preciso perceber que a nova territorialização das organizações criminosas encontrou um Estado com seu sistema de segurança pública praticamente falido, com a menor média de policiais por habitante, convivendo a maior parte do tempo com uma situação de ilegitimidade do seu comando.
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