quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Vergonha

Vergonha mesmo é o Poder Judiciário mandar soltar os desembargadores e um procurador da República, enquanto todos bagrinhos terão que aguardar presos o desfecho da operação Hurricane. Decisão do Ministro Peluso. Paulo Henrique Amorim dizia no seu blog: "O crime é 'organizado' quando se organiza com a polícia e a Justiça. Sem essa aliança, o crime fica 'desorganizado'. O trabalho exemplar da Polícia Federal nas operações Hurricane e Têmis chegou ao marco zero da luta contra a corrupção no Brasil: a corrupção na Justiça. Que o Capitão Guimarães e Anísio Abrahão David são suspeitos de liderar o crime organizado do Rio até a bateria mirim da Beija-Flor sabe. A Polícia (republicana) Federal do Dr. Paulo Lacerda abriu a porta da Justiça brasileira. Como diz, com propriedade, hoje, a manchete do caderno Metrópole 1 do Estadão: “PF estoura ‘bingão’ da Justiça'. A Justiça deveria estar eufórica – a parcela majoritária e respeitável da Justiça brasileira – deveria abrir a porta para a PF e permitir que se cumpra o dever de investigar os corruptos. Foi o que fez o Ministro Cezar Peluso, do Supremo Tribunal Federal, que autorizou a PF a prender os suspeitos na Hurricane e mandar bloquear os bens. Não foi o que fez o ministro Félix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça. Ele não deixou prender os suspeitos da operação Têmis. É mais ou menos assim: ele marcou o pênalti, mas não disse contra quem era. E logo agora que o STJ está sob suspeita. É isso mesmo: paira uma grave suspeita de corrupção sobre a segunda corte de Justiça do país. O Tribunal do juiz Fischer tem um de seus membros suspeito de vender sentença, segundo a Hurricane – o ministro Paulo Medina, que tirou 'licença médica'. A decisão do ministro Fischer é um obstáculo ao trabalho da PF e do Ministério Público."
Agora o cerco se fechou. A nossa democracia não permite que magistrados sejam presos. Estamos orgulhosos. É lindo, não?

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