quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

29/05/2007
Operação Gautama
A Folha publicou a lista dos beneficiados com presente da Gautama. Além de José Reinaldo, Alexandra, também apareceram José Sarney, Roseana, Gastão Vieira e Pedro Novaes. Eu sou contra que autoridade pública receba presente de particulares. Ainda mais particulares "interessados". E esse é um hábito arraigado na cultura política brasileira. É ou não é? Há uns dois ou três anos atrás, num evento de juízes federais ocorridos no Maranhão, presenciei a chegada de vários deles no helicóptero da Base Espacial de Alcântara, para um animado passeio, naquela histórica cidade. Eu me coloquei no lugar dos quilombolas expropriados, com processos sob a responsabilidade desses juízes. É ruim, né?

Escrito por pedrosa às 12h05
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Polícia Federal mais Republicana 3
ENTREVISTA, NO JORNAL "O ESTADO DE SÃO PAULO". Continuação
27/5/2007
7. A manipulação política da PF - como evitar a tentação
“A manipulação da Polícia é sempre uma probabilidade - e na história brasileira, infelizmente, foi sempre fato. Isso aconteceu até muito recentemente. Lembre-se do que ocorreu com a candidatura de Roseana Sarney à Presidência da República. A criação e a valorização de tradições republicanas é a melhor maneira de evitar a tentação. Ao Poder Judiciário cabe exercer o controle jurisdicional sobre todas as demais atividades do governo. Nesse sentido, aliás, o Judiciário tende equivocadamente a abusar em alguns pontos e a manter uma reserva exagerada em outros.
8. Nenhuma novidade - o governo sempre peca por ação ou omissão
“A PF é mais eficiente porque os governos estão sempre sendo ameaçados por uma maior instrumentalização por parte da criminalidade. Percebemos isso muito bem nos episódios do PCC em São Paulo, assim como nos fatos revelados agora pela Operação Navalha. Acontece que nunca houve a possibilidade de uma independência e neutralidade que se pusesse a investigar dentro do próprio governo - do Executivo, do Judiciário, do Legislativo. No Brasil, a atividade do governo sempre foi vegetativamente criminosa, por omissão e por ação. Operações como a Navalha estão pondo a nu alguma coisa que é histórica dentro do nosso comportamento político.
O que está sendo mostrado agora sempre foi assim. Sempre existiu essa espécie de máfia, com suas regras próprias e consensuais. A dificuldade de se romper com isso é uma só: os sistemas legais, dentro dos quais operam essas máfias, também possuem suas regras funcionais. Se você rompe com determinadas peças, como ele vai funcionar? Como os políticos serão eleitos, se não tiverem certas facilidades? Todos sabemos que eleições custam caro. Então, como vamos eleger os nossos políticos? É por esses motivos que a classe política, vamos dizer, tem uma certa elasticidade ética com relação à sua própria atuação.
“O foco da PF é menos o crime de colarinho branco e mais a corrupção governamental. Talvez isso decorra do fato de Paulo Lacerda ter se especializado na apuração de crimes financeiros. Além disso, este era um terreno inexplorado, virgem, onde pulula o ilícito. Para quem vive em Brasília, essa questão estava afrontando os olhos, de tal modo que, se a Polícia não fizesse nada, um dia até as pedras começariam a gritar.”
Escrito por pedrosa às 10h37
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Polícia Federal mais Republicana 2

ENTREVISTA, NO JORNAL "O ESTADO DE SÃO PAULO". Continuação
27/5/2007
4. Uma polícia (quase) profissional - ponto para o presidente, o ministro e o delegado
“Não é errado falarmos em uma nova Polícia Federal. Ela começa a ocorrer com a chegada do presidente Lula, o ministro Márcio Thomaz Bastos e o delegado Paulo Lacerda. O trabalho deles foi importante para criar as práticas, as estruturas e as mentalidades que são necessárias para a implantação de uma tradição de excelência. A Polícia Federal toma muito cuidado com a formação de seus quadros. Todos os delegados e agentes passam por um concurso muito bem organizado e por uma escola de polícia realmente capaz de prepará-los. Muitos desses policiais federais desenvolveram um compromisso ético com o exercício de sua atividade profissional. Sentem orgulho de fazer parte da instituição.
“O policial federal tem importância dentro do que está fazendo, goza de apoio da estrutura. No serviço público, sua remuneração está em um nível superior. Quando ele passa no concurso para a PF, já vem com uma melhor formação. Na imagem do povo, a polícia estava associada exclusivamente à criminalidade - como na célebre música do Chico Buarque: ‘Chame o ladrão, chame o ladrão!’. Para mudar isso, no que diz respeito à PF, foi preciso mudar a política que vinha sendo implantada.
5. A PF prende, o Judiciário solta - porque o rico nunca fica preso
“O fato de a PF prender e o Judiciário soltar não é questão que aflorou agora. Já existia antes, na Polícia e na Justiça dos estados. Não podemos imaginar, com isso, que os policiais federais sempre prendem certo e que o Judiciário sempre solta errado. Até porque, entre a prisão, o inquérito e o processo, existem várias fases do procedimento que estão sujeitas a prazos. Quando a Polícia Federal prende alguém não significa que esse alguém esteja previamente condenado. É necessário abrir oportunidade para a sua defesa, e é possível que, no curso do processo, as provas não corroborem as suspeitas.
Essas questões que, na visão mais popular, podem parecer sutilezas jurídicas fazem parte dos direitos fundamentais, protegidos pela Constituição e pelos Direitos Humanos. E este é inclusive um aspecto discutível quando se observa as diligências da PF. Se vivemos hoje em um universo da imagem, e se essas pessoas são apresentadas publicamente, então isso leva a pensar que todas são criminosas, o que nem sempre se verifica depois - afinal, a Polícia prende apenas suspeitos.
“É por culpa das leis que quem tem dinheiro nunca fica preso? Não. Acontece que, entre as leis e a sua efetiva aplicação, vai uma distância grande. Nossa prática processual é medieval, fundada no papelório. O juiz que tem um processo para julgar jamais trata esse processo como sendo algo que merecesse uma atenção única e privilegiada. Digo isso não apenas porque na vara dele estão correndo outros 2 mil processos, que ele não tem tempo nem condições materiais de atender. Mas digo isso também porque, com relação aos serviços da Justiça, os profissionais que lá estão não trabalham com o mesmo cuidado que os profissionais privados. Se qualquer um da atividade privada enxergasse o exercício de suas funções, digamos, com o mesmo grau de tranqüilidade que em geral o servidor público conduz um trabalho, ele teria de fechar os seus negócios no final do primeiro mês.
Minha vida profissional decorreu em grande parte dentro do serviço público. Então não estou aqui para fazer o julgamento desse tipo de mentalidade. Mas, sem dúvida, é ela, em grande parte, a responsável pela ineficiência do Judiciário e dos seus sistemas de controle. Por isso é preciso elogiar o Conselho Nacional de Justiça. Antes dele, nunca houve efetivamente no Brasil o controle da atividade jurisdicional. Porque, a princípio, quem controla o Judiciário é a cidadania, a opinião pública. Note que a Contituição diz que todos os processos devem ser públicos. Mas, nas corregedorias, eles são sempre sigilosos, de modo a proteger a dignidade pessoal do servidor público - e também a ineficiência e a prevaricação. Some-se a isso o fato de que no Brasil o povo jamais concebeu o Judiciário como algo tão importante quanto os outros dois poderes.
“A eficiência da Polícia Federal é apenas razoável. Todos os serviços por ela prestados precisam ser aperfeiçoados. Veja que seu efetivo é de cerca de 12 mil policiais, enquanto a correspondente argentina tem mais de três vezes esse número. Mas estamos caminhando, e o aperfeiçoamento é um processo que se vai fazendo simultaneamente, observando o dinamismo interno mas também o externo - os pontos de contato com os outros poderes e com a opinião pública. Agora, enquanto o servidor público do Judiciário não passar pela profissionalização que os policiais federais passaram, continuaremos patinando.
6. Uma polícia independente do Poder Executivo - assim deveria ser
“A PF está subordinada ao Executivo. Mas, se olharmos para trás, podemos ver o quanto progredimos. No Império, e até na Primeira República, a atividade policial dependia das autoridades locais ou estaduais. Isso não é bom. É importante que haja uma total independência dessas forças com relação aos níveis superiores da administração. Isso serve especialmente para a Polícia Federal, mas deveria acontecer também nos estados. Deve haver, sem dúvida, uma subordinação hierárquica e administrativa - mas uma total independência funcional, nos moldes da que existe no Ministério Público, que também está encartado dentro da administração. Mesmo o Judiciário atua assim: faz parte do serviço público mas é independente.
“Em tese, sou contra a proposta de subordinação da PF ao Judiciário. E por razões muito simples: por um lado, o Judiciário funciona muito mal; por outro, tem demonstrado tendência acentuada ao abuso de poder. O nosso Judiciário recebeu da Constituição - e também da emenda 45 - poderes tais e tantos que hoje produzem desequilíbrio entre o Executivo, o Legislativo e o próprio Judiciário. Então, é claro que não se deve dar mais poderes a ele, que tecnicamente já é um poder controlador. Antes, o que devemos fazer é controlar o exercício dos poderes que esse Judiciário já recebeu.

Escrito por pedrosa às 10h36
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Polícia Federal mais Republicana 1
ENTREVISTA, NO JORNAL "O ESTADO DE SÃO PAULO".
27/5/2007

A ‘nova Polícia Federal’. Antes dela, Direito Penal era apenas para os três Ps - preto, pobre, prostituta

Sérgio Sérvulo da Cunha, 72 anos, acredita ter tomado parte em uma pequena revolução empreendida pelo ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, o que inclui o aperfeiçoamento do trabalho da Polícia Federal. Formado em Direito e Filosofia pela USP é autor de uma dezena de obras jurídicas. Foi assessor da Presidência do Conselho da OAB e advogado de acusação contra o presidente Fernando Collor.
Sérgio Sérvulo da Cunha recebeu a reportagem do Aliás, suplemento do jornal O Estado de S.Paulo, 27-05-2007, para uma entrevista sobre a Polícia Federal e a Operação Navalha. A seguir, os melhores trechos da conversa reproduzidos pelo jornal, em matéria de Fred Melo Paiva.
1. O povo gosta da PF - antes dela, Direito Penal era apenas para os três Ps (preto, pobre, prostituta)
“A admiração do povo pelo trabalho da Polícia Federal é um fato extremamente positivo para o Brasil. Passamos por isso em alguns episódios pontuais, o dos fiscais do Sarney. Não foi, no entanto, um fenômeno que tivesse a mesma durabilidade desse que ocorre agora com relação à PF. Em poucos momentos da vida política brasileira podemos perceber uma identidade entre povo e governo. O comum é o contrário, e nosso déficit de cidadania vem em grande parte daí. Sempre vimos o poder político como opressor. Sempre tivemos uma idéia muito negativa do serviço público. Apenas aqui e ali vemos ilhas de excelência. Isso, porém, jamais aconteceu com relação à atividade policial, porque são muito recentes as marcas deixadas pela ditadura militar. A PF era alguma coisa que vegetava dentro da burocracia do governo e que somente aparecia nos noticiários de forma negativa. Agora a população está vendo que a PF trabalha. Mais do que isso, a PF tem ajudado a acabar com a máxima que diz que o Direito Penal é para os três Ps - o preto, o pobre, a prostituta. Claro que nada é perfeito e tudo precisa ser aperfeiçoado. Mas, no geral, a instituição constitui um fato novo e realmente positivo na história do Brasil.
2. A grita dos incluídos - se houve excesso na operação, que se puna
“Só o tempo e as investigações vão permitir a distinção entre interesses privados, direitos feridos, legalidades e ilegalidades. Se houve excessos na Operação Navalha, é preciso que se surpreenda os culpados. De todo modo, aqueles que se sentiram atingidos terão o direito de se defender.
“O ministro da Justiça, Tarso Genro, é um quadro do PT. Dessa forma, não seria justificada a crítica de que a PF pode ter protegido o partido na Operação Navalha? Tudo se pode dizer sobre uma situação quando se quer polemizar. Até agora, não há fatos que dão razão à acusação. E a biografia de Tarso Genro não autoriza ilações nesse sentido.
3. A PF gosta de aparecer na televisão - mas ninguém se lembra do rosto de seu diretor, Paulo Lacerda
“As ações da PF parecem muito bem cuidadas do ponto de vista da apresentação, sobretudo para o público televisivo. Isso talvez faça parte de uma estratégia de comunicação, mas é verdade que aqui e ali há atitudes que são desagradáveis e desnecessárias, como o fato de se algemarem os presos preventivos. Todo o resto me parece pedagógico e dentro de critérios aceitáveis. Você jamais viu um delegado se promovendo pessoalmente com essas coisas. Aliás, será que alguém se lembra da imagem do famoso (diretor-geral da PF) Paulo Lacerda? Ele quase não aparece.



Escrito por pedrosa às 10h34
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Renan em Apuros
Ninguém ainda disse isso, mas o pronunciamento de Renan foi um verdadeiro tiro no pé. Ele abriu a guarda para ataques mais consistentes. Disse que Gontijo era amigo de sua (ex-?)amante e o advogado dela disse que nunca o foi. Resultado: agora se sabe que Gotijo financiava suas campanhas eleitorais e que o pagamento da pensão era feito por ele, na sede da empreiteira Mendes.
O problema é que Renan, como grande parte dos políticos que fazem carreira no país, nada tem de ético. Desde a era Collor temos lembranças tristes de sua atuação no Congresso. Agora ele chantageia o Congresso, ameaçando abrir uma ampla investigação acerca das relações de todo o parlamento com as empreiteiras. Eu estou torcendo para que isso TAMBÉM aconteça.
Escrito por pedrosa às 09h45
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Operação Navalha - Yuhuuu!
Lista de brindes da Gautama tem 225 nomes
Tmbém na Folha de S.Paulo, hoje:
"A lista da construtora Gautama com pessoas que seriam presenteadas tem 38 deputados federais e ex-deputados, 18 senadores e ex-senadores, três ministros de Estado, cinco ministros do TCU (Tribunal de Contas da União) e, pelo menos, 23 governadores, prefeitos, ex-governadores, ex-vice-governador e ex-prefeitos.
Esses foram os políticos que a Folha conseguiu identificar após obter a lista da empreiteira de Zuleido Veras, preso pela PF acusado de fraudar licitações de obras públicas. Ao todo, a lista enumera 225 pessoas, algumas citadas só pelo primeiro nome. Exemplo: os governadores, prefeitos, ex-governadores e ex-prefeitos podem ser 35 ao todo, mas a Folha identificou 23."
Escrito por pedrosa às 09h37
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Operação Navalha - Mexer com ricos é assim
Ministério Público poderá fiscalizar a polícia
Da Folha de S.Paulo, hoje:
"O CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) aprovou ontem uma resolução que descreve em detalhes o poder de promotores e procuradores de fiscalização das polícias e permite que eles abram investigações contra policiais suspeitos de praticar crimes.
A aprovação ocorre dias depois de a Polícia Federal ser acusada de abusos nas últimas investigações sobre corrupção no poder público, especialmente nas operações Hurricane (furacão, em inglês) e Navalha.
A medida estava em discussão no CNMP desde 2005. Sua aprovação traz à tona a disputa velada entre policiais e o Ministério Público pelo comando de investigações criminais.
Entidades de delegados deverão recorrer. Uma das possibilidades é propor ao STF ação dizendo que o CNMP não pode baixar normas sobre esse tema."
Escrito por pedrosa às 09h34
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Reforma Política
Campanhas pagas por empreiteiras
De O Estado de S.Paulo, hoje:No blog do Noblat:
"Empreiteiras, construtoras, empresas de engenharia e congêneres bancaram 11,42% da receita declarada oficialmente pelos 27 governadores em suas campanhas eleitorais em 2006 - R$ 25.319.217,00 de R$ 221.564.164,12, segundo levantamento feito pelo Estado nas contas registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O recordista, em termos proporcionais, é o governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), investigado pela Polícia Federal na Operação Navalha, que teve bancado pelo setor 35,40% do dinheiro que arrecadou. A Construtora Gautama, também objeto da investigação da PF, não consta, porém, da sua lista de financiadores. Dos Estados com maior eleitorado, o governador com mais apoio da área foi o do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), com 24,63%."
Mas quando se fala em reforma política para acabar com isso, pouca gente quer.
Escrito por pedrosa às 09h32
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Renam em Apuros
PF tem conversa de Renan com investigado por fraude
Da Folha de S.Paulo, hoje:
"A Polícia Federal identificou a voz do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), numa interceptação telefônica realizada durante a Operação Navalha. Na conversa, a qual a Folha teve acesso, Renan fala com Flávio Pin, superintendente da Caixa Econômica Federal preso na ação da PF, acusado de integrar a quadrilha que fraudava licitações.
É a primeira vez que o senador surge diretamente num grampo desde que a PF deflagrou a operação, duas semanas atrás. Até agora, Renan aparecia apenas citado em conversas entre acusados de formar a organização criminosa ligada à construtora Gautama.
No diálogo, registrado pela PF no dia 23 de março deste ano, Renan diz que no dia anterior havia conversado com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e que iria falar também com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O assunto entre Renan e Pin era um empenho (liberação de recursos da União) para a cidade de Maceió. Não fica claro, no entanto, sobre que obra os dois tratavam."
Escrito por pedrosa às 09h29
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Operação Navalha
Eu particularmente acho que as prisões preventivas decretadas pela Ministra Eliana Calmon pecam na fundamentação. Se ela própria passa a revogar as prisões, logo após os depoimentos, mantendo no cárcere os que recusam a depor, dá a entender que manejou instituto equivocado. Prisão preventiva não é para obrigar ninguém a depor. Aliás, ninguém está obrigado a se auto-incriminar, conforme os ditames do Constitucionalismo moderno.
Escrito por pedrosa às 09h13
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Operação Navalha - Boa Pergunta
Deputada diz que corrupção não tem lado no Maranhão(22.05.2007)"Falo com a responsabilidade de quem pediu CPI para o Salangô e para o Projeto Comunidade Viva; com a responsabilidade de quem tem um processo tramitando contra Roseana pela afixação de seu nome no prédio do Tribunal de Contas do Estado; com a responsabilidade de quem ingressou na Justiça contra o deputado Ricardo Murad pela denominação da Avenida Roseana Sarney; com a responsabilidade de quem se pronunciou quanto ao episódio da LUNUS, inclusive citando nomes; de quem ingressou na Justiça por considerar o Tele-ensino um estelionato; com a responsabilidade de quem moveu Ação contra o ex-governador José Reinaldo que recebeu durante alguns meses a pensão de ex-governador e o salário de Governador do Estado. E a Justiça já determinou que o ex-governador José Reinaldo devolva todos os valores recebidos ilegalmente".Com estas palavras a deputada Helena Barros Heluy deu início a um discurso, ontem, em que acabou afirmando que é preciso combater a corrupção onde quer que ela esteja, ou então não adianta.Para ela, esse combate é difícil no Maranhão porque todo mundo conhece todo mundo, todo mundo tem um parente ou um vizinho querido.Helena se referiu às leis penais através com que o legislador tipificou os atos que constituem crime contra a administração. Citou as leis de improbidade administrativa e de responsabilidade fiscal, que não tem adiantado muito porque os corruptos conseguem burlar tudo.Helena afirmou que no Maranhão a corrupção não tem lado e se referiu também ao caso de Presidente Vargas, inclusive cumprimentando o juiz Roberto de Paula pela prisão dos envolvidos em corrupção no município. Segundo Helena Heluy, o Superior Tribunal de Justiça, em se tratando de crime de improbidade administrativa admite que o juiz singular é competente para afastar parlamentares de suas funções.Helena se revelou muito preocupada com os últimos acontecimentos e encerrou o discurso se perguntado que força política, que autoridade, os sobrinhos do governador Jackson lago teriam para liberar pagamentos para a Gautama.do de crime de improbidade administrativa admite que o juiz singular é competente para afastar parlamentares de suas funções.Helena se revelou muito preocupada com os últimos acontecimentos e encerrou o discurso se perguntado que força política, que autoridade, os sobrinhos do governador Jackson lago teriam para liberar pagamentos para a Gautama.
Escrito por pedrosa às 09h09
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Doença
A minha doença é na garganta. Se pegar de jeito, tô ferrado. Meu médico é o Doutor Clauber Barros Simões. O cara acerta todas. Ontem recorri a ele, depois de uma frustrada tentativa de ficar bom na emergência do hospital Português, no sábado. Estou quase bom. A primeira vez que fui atendido pelo Doutor Clauber, pensei que ele fosse maluco. Fez uma cauterização nas minhas amígdalas. Fiquei bom em menos de 24 horas. Nesta última visita, sempre conversador que é, me contou que é freqüentador do município de Santo Amaro e é muito amigo do presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de lá. Passei metade da consulta conversando sobre as estradas de areias dos municípios dos Lençóis. Tomei a medicação que ele indicou ontem à tardinha e já pude trabalhar no computador até praticamente meia-noite. O cara é fogo.
Escrito por pedrosa às 08h50
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São Malaquias
Foi adiada a audiência de São Malaquias, em Vargem Grande. O juiz Roberto de Paula foi promovido para a Comarca de Bacabal e não haverá tempo de outro magistrado assumir a Comarca até a data de hoje. Apesar de me poupar o esforço de requerer o adiamento (estou acometido de uma forte gripe), lamento pelos cidadãos daquela Comarca, que, certamente, sentirão falta desse bom juiz. Torcemos para que o próximo seja tão bom quanto ele.
Escrito por pedrosa às 08h40
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Mídia e Democracia
Essa história de mídia independente também é engraçada. Na hora que a RCTV incentivou e defendeu o golpe contra Chavez todo mundo fingiu não perceber o problema. Agora que Chavez não renovou a concessão, que é pública, a mídia como um todo vem defender a liberdade de imprensa como um direito imprescindível à democracia. Na verdade, a imprensa é corporativa, como vários setores da sociedade organizada o são. E o corporativismo é muito ruim, quando ocorre na imprensa, porque a imprensa fundamental à democracia é a imprensa independente, que informa a verdade e suas nuances, e não a imprensa que simplesmente faz oposição. E quem afirma que a RCTV é uma rede de oposição ao Governo Chavez é a própria corporação da mídia hegemônica.
Escrito por pedrosa às 08h25
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28/05/2007
Operação Navalha
O jornalismo no Maranhão sempre esteve em crise de credibilidade. As pessoas assinam blogues, escrevem editoriais, fazem artigos sempre escondendo interesses menos dignos. Hoje vi um estampando a foto de Alexandra Tavares com seu novo namorado. Como se ela não podesse namorar, depois do rompimento com José Reinaldo. Duvido que esse jornalista tenha coragem de escarafunchar a vida pessoal da família Sarney, muito mais rica em notícias picantes. Vi, em outro blogue, uma análise fajuta do despacho da Ministra do STJ, acerca da operação navalha. o jornalista parece desconhecer o princípio da inocência. Vi o despacho dessa Ministra também e acho que é preciso prova mais consistente de que o "chefe maior" seja o Jackson (ou o "chefe hierárquico"). Também acho que o apelido "Gordão", por si só, não é capaz de incriminar Ney Belo. Também acho que é possível sustentar que Jackson não sabia de "negociações" de seus sobrinhos. Se fosse assim, quantos de nós sobraríamos pagando pelos eventuais crimes de parentes? Vi jornalistas condescendentes com José Dirceu e agora extremamente rigorosos com Jackson. Pergunto: o que sobrou do caso José Dirceu? Quando vi a Ministra negar a liberdade aos sobrinhos de Jackson, simplesmente porque se recusaram a depor, fiquei mais desconfiado ainda da consistência técnica dos seus despachos. Desde quando o direito ao silêncio foi abolido da nossa Constituição? Veja bem: não estou também apregoando a inocência de ninguém, mas quem leu a entrevista de Ney Belo (ao jornal O Imparcial) tem também a impressão induvidosa de que houve alguns exageros nesta operação. Suponhamos que esses exageros e inconsistências técnicas sejam capazes de absolver a todos, como ficaremos? O outro lado disso tudo também é igualmente condenável. É não dar explicações claras sobre os fatos à sociedade. É utilizar chavões de propaganda para desqualificar totalmente as investigações. Eu particularmente acho que a polícia federal está no caminho certo. Falta só mais um pouquinho para pegar os principais corruptos do Estado.
Escrito por pedrosa às 13h02
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27/05/2007
Nauro de novo
PRECE À BOCA DA MINHA ALMANão te transformes em bicho,ó forma incorpórea minha,só porque animal caprichoperdeu o humano que eu tinha.Guarda, do animal, o alheioesquecimento. E somente.Mas lembra aquele outro seioque te nutriu a boca e a mente.E recorda, sobretudo,que não babas ou engatinhas,a não ser quando te escutopelos becos, dentre as vinhas.Vive como um homem morre:em solidão e na esperança.guardando a fé que socorreem mim, semivelho, a criança.Mas não te tornes em bicho,nem percas o ser humano,só porque a tara (ou o capricho)deu-me este existir insano. De Do Eterno Indeferido (1971)Em:http://www.algumapoesia.com.br/poesia/poesianet090.htm
Escrito por pedrosa às 09h14
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Nauro Machado no blogue do Noblat
Poema da noiteGeografia HumanaNauro MachadoHá em mim, carne minha, os quatro cantos da liberdade.No meu assoalho amanhece o sol de todas as direções.Há em mim o rumo da raiz do multiplicado ventoSoprando aonde quer, porque quer a liberdade.No oco do espaço o casario sua ao sol do tempo.parto-me em trens, olho-me em fontes, divido-me em marmitas,porque há em mim, carne minha, os quatro cantos da liberdade.e até no último deles, o mais silencioso e esquivo deles,o ainda virgem, o alheio a bispos e batismos de párocos,agachado como um animal e útil como uma bilha no meio da sala,encontrarei ainda o início de uma outra liberdade.Nauro (Diniz) Machado nasceu em São Luís do Maranhão, no dia 2 de agosto de 1935. Um dos poetas brasileiros mais fecundos e importantes de todos os tempos, ainda esperando por uma devida consagração crítica e de público de sua imensa obra, com mais de trinta títulos até o momento.
Escrito por pedrosa às 09h09
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Búfalos
Hoje, no globo rural, uma interessante mátéria sobre a questão dos búfalos na Baixada Maranhense. Chamou a atenção o depoimento de um criador, afirmando que não retirará seus búfalos do campo nem que a justiçe o obrigue. É assim o nível.
Escrito por pedrosa às 09h03
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Operação Navalha e a Mídia
PF GRAVA O SUBMUNDO DA MÍDIA
"Discrição não era o forte do empreiteiro Zuleido Veras, lobista e pagador de propina de sua empresa. Ele mantinha contato direto com políticos, visitava ministérios, participava de almoços e solenidades de assinatura de convênios com prefeituras.
O empresário comandava as negociatas e, apesar de demonstrar certo receio de ser grampeado, não media as palavras em telefonemas. A interceptação telefônica da PF mostra que Zuleido tinha desenvoltura até para ‘plantar’ notícias contra seus desafetos.
Foi o que fez contra seu ex-sócio Latif Abud, com quem brigou. A disputa pelo contrato de uma obra em Brasília foi parar no Tribunal de Contas da União. O jornalista e porta-voz do governo Fernando Collor, Cláudio Humberto, que hoje é colunista e tem um site informativo, publicou nota contrária a Latif e favorável a Zuleido.
A nota, de 7 de julho de 2006, dizia que a movimentação de Latif estava incomodando e que o tribunal até pensava em vetar sua entrada no prédio. Zuleido ligou no mesmo dia para o jornalista e agradeceu. Em seguida, ligou para Maria de Fátima Palmeira, diretora da Gautama, e afirmou: — A nota tá dentro daquilo que a gente acertou."
"Zuleido Veras liga para o jornalista Cláudio Humberto em 7 de julho de 2006 para agradecer a publicação de uma nota em sua coluna que o favorece.
Zuleido: Cláudio?
Humberto: É.
Zuleido: Parabéns, tá?
Humberto: Ficou bom?
Zuleido: Muito bom.
Humberto: Você não imagina a choradeira, viu?
Zuleido: Foi (risos).
Humberto: Rapaz, mas foi pela madrugada.
Zuleido: A hora que bateu na internet, foi?
Por: http://grupobeatrice.blogspot.com/
Humberto: Foi. Rapaz, a coisa é mais grave. O cara tá lá comprando ministros, foi expulso de uma sala. Eu dei a coisa mais amena possível.
Zuleido: Aquela frase final foi terrível.
Humberto: É bom porque constrange, né?
Zuleido: Tá bom, meu amigo. Parabéns, obrigado.
Humberto: Às suas ordens, viu?"
///
Escrito por pedrosa às 08h58
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Operação Navalha
RECUPERANDO...IMAGINE COMO SERIA A GRAVAÇÃO DO ACERTO DESSE SERVIÇO???
CartaCapital revela o ''submundo'' da mídia hegemônica
O experiente jornalista Raimundo Rodrigues Pereira, com a colaboração de dois outros repórteres – Antonio Carlos Queiroz e Walter Rodrigues – escreveu a reportagem de capa da última edição da revista CartaCapital : ''A trama que levou ao segundo turno''. Trata-se de uma investigação jornalística de grande relevância em tempos de hegemonia acachapante do que se convencionou chamar de ''grande imprensa''. O texto revela o flagrante das engrenagens desta mídia pró-pensamento único que dá sustentação política ao campo neoliberal e que, na atualidade, faz propaganda do candidato à presidente da República pelo PSDB/PFL, Geraldo Alckmin.
Na última sexta-feira à noite, este Vermelho já reproduziu praticamente na íntegra o texto com a reportagem da revista, que procura levantar passo-a-passo os caminhos tortuosos pelos quais o esquema de comunicação da candidatura tucana monitorou a divulgação e ao mesmo tempo a ocultação de informações cruciais envolvendo o dossiê que petistas teriam tentado comprar para incriminar candidatos do PSDB, José Serra e Alckmin.
Exatamente há um mês, no dia 15 de setembro, teve início a operação, com a prisão de Valdebran Padilha e Gedimar Passos no Hotel Íbis Congonhas, em São Paulo. As equipes do candidato Serra e Alckmin ficaram sabendo do episódio em primeira mão e foram os primeiros a chegar na sede da Polícia Federal na zona oeste da capital paulista.
No dia 29/9 a segunda etapa da operação foi comandada pelo delegado Edmílson Pereira Bruno, que ao convidar quatro jornalistas da Folha de S.Paulo, d’O Estado de S.Paulo, de O Globo e da rádio Jovem Pan, revelou as fotos do dinheiro apreendido naquela ocasião, pedindo explicitamente que o material fosse divulgado impreterivelmente na noite daquele mesmo dia no Jornal Nacional da Rede Globo de Televisão. Fitas gravadas com a conversa do delegado com os jornalistas estão de posse da TV Globo e da Folha, e foi ocultada tanto pela TV quanto pelos jornais impressos. (Trechos dessa fita estão disponíveis no site do jornalista Luiz Carlos Azenha, http://viomundo.globo.com/)
O interesse extraordinário da TV Globo em dar espaço ao caso do dossiê fica mais evidente quando se constata que a rede preferiu ignorar um fato inescapável do ponto de vista jornalístico – o maior desastre aéreo da história da aviação brasileira – o choque entre um avião Boing 737-800 da Gol e o jato Legacy, no sul do Pará. A edição das capas dos jornais paulistas Folha e Estadão forçando a relação entre as fotos do dinheiro e a pessoa do presidente Lula ficam mais do que ressaltados os interesses políticos partidários de prejudicar a candidatura Lula.
A reportagem, por fim, questiona por que apenas um lado da história foi explorado pela grande mídia, enquanto que as articulações de Abel Pereira, empresário de Piracicaba envolvido com interesses no Ministério da Saúde na época dos governos tucanos era totalmente omitida. Além disso, pouco se investigou sobre o papel do Procurador da República Mário Lúcio de Avelar, que comandou a operação que levou à denúncia da compra do dossiê e que foi o mesmo que trabalhou no caso da divulgação do dinheiro apreendido na firma Linus. Fato que liquidou a candidatura de Roseana Sarney à presidência da República em 2002. Como se sabe esse episódio foi uma ''benção dos céus'' aos interesses dos tucanos.
Até agora, as empresas jornalísticas flagradas na trama estão fazendo de conta que nada se passou, que nada foi denunciado. ''Nuas'' em praça pública mantém a pose de quem veste a ''imparcialidade'' que nunca praticaram. Felizmente, alguns nomes conceituados do jornalismo brasileiro estão tornando público seus protestos por essa manipulação desnudada por CartaCapital.
Essas revelações do modus operandi da imprensa hegemônica brasileira, publicadas pela CartaCapital, chamam a atenção de todos os que se preocupam com a necessidade imperiosa da luta pela democratização dos meios de comunicação em nosso país. É a questão democrática que está em jogo. O aprofundamento da democracia exige medidas que garantam a pluralidade do pensamento e a diversidade informativa.
http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=8776Esse material você também pode encontrar em:http://grupobeatrice.blogspot.com/

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