quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Poemas em Seqüência

A Maçã do Paraíso
Como animal bravio,
fugi da verdade que me queimava o rosto,
Insone, senti duas grandes asas sobre mim
enquanto vomitava sobre o peito
Foi inúltil romper o arame na garganta
para lançar-me na água fria do sonho.
Foi desesperador sentir a lâmina de seus olhos no meu corpo
enquanto procurava abrigo nas profundezas do desterro.
Escrito por pedrosa às 20h37
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Recomeço
Soube que morreria cedo muito cedo
Reuni esperanças últimas como inventário
e parti, totalmente despido de futuro.
Onde estou, no cume dos arvoredos,
contemplo a face triste dos ventos
e me preparo para o grande salto
a partir do qual meu corpo flutuará sobre nuvens ardentes.
Escrito por pedrosa às 20h33
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Fúria
Como de pássaros nos beirais
meu canto não tem destino certo.
No amplo vôo que ele desenha no espaço
projeta a sombra do silêncio.
Firme,
prometo seguir em frente
como um ensagüentado general grego
e contemplo a face da insânia
no espelho.

Escrito por pedrosa às 20h28
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Ícaro
Não preciso de ajuda para sangrar o flanco
Posso ver de longe o passeio dos abutres
e as nuvens oscilando na curva do céu de bronze
Fui pouco ou sonhei além: (...)
passos nos corredores de um hospício.
Escrito por pedrosa às 20h22

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