Ontem, mais três deputados federais renunciaram oficialmente aos salários extra. São eles: Henrique Oliveira (PR-AM), Gorete Pereira (PR-CE) e Francisco Araújo (PSB-RR). Outros dez já enviaram solicitação idêntica à Mesa Diretora da Câmara.
Enquanto isso, os outros saboreiam a verba, maliciosamente, enquanto aguardam a tramitação sonolenta do projeto de decreto legislativo que pode acabar com as duas remunerações extras recebidas pelos parlamentares do Congresso Nacional.
No Senado, o projeto - de autoria da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) - demorou um ano e três meses para ser aprovado. Estava paralisado na Comissão de Assuntos Econômicos.
Agora, o texto está sob análise da Secretaria Geral da Mesa Diretora da Câmara, que indicará possíveis comissões pelas quais tramitará. No mínimo, um percurso de cerca de 40 dias para chegar ao plenário, avalia-se.
Depois disso, a dificuldade será entrar em votação. A pauta de sessões ordinárias está trancada por medidas provisórias desde o início do ano, sem previsão de liberação.
Como saída alternativa, o líder do PPS, Rubens Bueno (PR) solicitou urgência, na quarta-feira, com o aval de 14 partidos. Mas ainda é preciso que seu projeto seja apensado ao que chegou ao Senado.
Em seguida, o requerimento de urgência deve ser aprovado em plenário, com um quórum de maioria absoluta, ou seja 257 deputados. Caso contrário, nada feito.
Enquanto isso, a verba vai escorrendo para o bolso dos mais resistentes.
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