quarta-feira, 16 de maio de 2012

Ética política e os salários extras

Policarpo (PT-DF); Erica Kokay (PT-DF); Reguffe (PDT-DF); Lincoln Portela (PR-MG); Severino Ninho (PSB-PE); Carlos Sampaio (PSDB-SP)
Foto do Jornal Correio Braziliense

Dos 513 deputados federais, apenas seis abriram mão de receber os salários extras (14º e 15º salários). Há vinte anos atrás, até poderíamos tentar adivinhar de quais partidos seria os referidos parlamentares. Com certeza, a esmagadora maioria da esquerda socialista estaria perfilada, disciplinadamente, entres os que renunciariam a tais verbas.
Hoje não é mais assim.
A esquerda brasileira chega a envergonhar a massa carcerária do país. Pelo menos os que estão nos presídios, na sua grande maioria, são vítimas da exclusão social.
Os poucos parlamentares que abriram mão dos salários extra ainda são mal vistos pelos colegas. É como se fossem os juízes que querem trabalhar nas segundas e sexta-feiras. É como o policial que não se corrompe. A inversão dos valores traz estigma ao justo.
Carlos Sampaio (PSDB-SP) renunciou ao 14º e 15º salários desde fevereiro do ano passado, quando assumiu seu segundo mandato. Ele também se recusou a receber o aumento de salário, aprovado em dezembro de 2010, que aumentou de R$ 16,5 mil para R$ 26, 7 mil a remuneração dos parlamentares. Não é nenhum revolucionário socialista.
O deputado Reguffe (PDT-DF) foi o mais correto de todos. Em 1º de fevereiro de 2011, renunciou formalmente aos salários extra; a cota de passagens aéreas; 20% da verba de gabinete; os 25 assessores (ficando com apenas nove); o auxílio-moradia e 80% da cota da atividade parlamentar.
O deputado Severino Ninho (PSB-PE), que esteve recentemente no Maranhão, também renunciou aos salários extra assim que assumiu a vaga de Ana Arraes (PSB-PE), que foi nomeada para o Tribunal de Contas da União.
Mais três deputados renunciaram aos salários extra, depois que a Câmara Legislativa do DF votou pela sua extinção: Lincon Portela (PR-MG), Erika Kokay (PT-DF) e Policarpo (PT-DF).
Como se vê, a esquerda e a direita estão muito parecidas, atualmente. Aquelas antigas bandeiras que faziam do parlamentar de esquerda uma referência ética caíram por terra, ao que parece.

Com informações do Correio Brazilense.

Nenhum comentário: