http://blogdoedwilson.blogspot.com.br/2012/05/sao-luis-regride-ao-carro-pipa.html
Enquanto a quase totalidade das capitais brasileiras constrói iniciativas para ampliar a oferta de água TRATADA à população, a capital do Maranhão retoma um expediente arcaico para ofertar o líquido: o carro-pipa.
Esta "notável" iniciativa da Caema, sob o controle do
Secretário de Saúde, Ricardo Murad, veio agregada a uma outra notícia - haverá
reajuste na tarifa de água, em média, de 58%.
No Maranhão das aberrações, a Companhia de Saneamento
Ambiental (Caema), empresa que deveria captar, tratar e distribuir água é,
inversamente, a maior responsável pela poluição dos cursos d'água na ilha,
especialmente os rios Bacanga e Anil.
Os esgotos sem tratamento são despejados pela Caema nos
rios da ilha faz tempo. Com a explosão imobiliária na região metropolitana, os
poucos mananciais sadios que restaram serão
contaminados.
E o esgoto jogado nos rios vai desembocar nas praias já
impróprias para banho.
A Caema de Ricardo Murad tem um pacto demoníaco com o
prefeito João Castelo (PSDB). Este abre as crateras na cidade e a Caema joga os
esgotos dentro dos buracos.
Os carros-pipa como alternativas ao abastecimento dão a
idéia exata do atraso político e administrativo do Maranhão.
É como se revivêssemos, no século XXI, a lendária Ana
Jansen do século XIX, suposta controladora da água de São
Luís.
Estamos 200 anos defasados. E pelo menos mais uns 200
anos atrás dos outros lugares desenvolvidos do Brasil, onde as administrações
públicas estão antenadas com práticas de sustentabilidade e qualidade de
vida.
A Caema tem duas grandes fontes de coleta: o rio
Itapecuru (Sistema Italuis) e os poços do Parque Estadual do Bacanga
(PEB).
O Italuis esgotou. O próprio rio Itapecuru é um esgoto
a céu aberto. Cerca de 20% da água que abastece a capital vem do Parque do
Bacanga.
E o que fizeram os sucessivos governos Sarney para
proteger o parque? Nada.
Em vez de proteger o PEB, as forças políticas do
Maranhão permitiram a implantação da termelétrica de Eike Batista a menos de 5Km
do parque.
São Luís é um dos poucos lugares do mundo que aceitam
termelétrica, movida a carvão mineral, uma substância altamente tóxica, nas
proximidades de um reservatório de água tão importante quanto o Parque do
Bacanga.
E por aí vai...
PRIVATIZAÇÃO
As cenas de esgotos jorrando a céu aberto em qualquer
lugar da cidade, agora tomada pelos carros-pipa, podem ser o prenúncio da
privatização da Caema.
Depois de entregar a Cemar, controlando a política
energética do Maranhão, a oligarquia Sarney quer retomar os tempos de Ana
Jansen, vendendo até a água que bebemos.
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