terça-feira, 11 de outubro de 2011

Sobre a Reforma Política


O Congresso Nacional não tem condições de fazer nem a metade da reforma política necessária. O próprio perfil da classe política brasileira impede a reforma.

Se a Reforma política que o Brasil precisa aponta para a necessidade de se combater a corrupção eleitoral, o abuso do poder econômico e a mercantilização do voto, porque a média dos políticos brasileiros seriam a favor dela?

De modo geral, o político brasileiro se elege fazendo campanhas onde impera o poder econômico e a alienação do eleitor. Pouquíssimos são os políticos hoje que se elegem com o voto do eleitor consciente, fazendo campanhas humildes.

O grande problema da Reforma Política não é convencer o Congresso. É criar para além do Congresso o lugar de decisão em favor da reforma. A reforma que a sociedade quer talvez seja mais radical do que o financiamento público da campanha, o fim das coligações e o voto em lista.

É necessário acabar, de uma vez por todas, com esse modelo de campanha, onde se faz necessário gastos com propagandas estelionatárias. Tudo o que hoje implica em campanha de candidatos, à execão dos debates, tem por motivação o engodo, a indução a erro do eleitor (vide os cartazes com fotoshop*). Quando menos, suja a cidade e polui o meio ambiente.

Esse modelo de campanha atual desmoraliza a política. Todo mundo sabe que os candidatos, ou a grande maioria deles, está mentindo descaradamente. E mentem porque sabem que a maioria do eleitorado é desinformada. Nesse modelo, mentir gera votos.

E nas mãos desse perfil de político está o destino da nação.

A única maneira de mudar o perfil da classe política é dificultar a eleição dos canalhas e mentirosos.

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* A maioria dos políticos hoje pinta o cabelo, faz implante ou usa botox. Os cartazes de campanha retratam o candidato sempre jovem, maquiado e sorridente. Tudo isso retrata um modelo de campanha que promove candidaturas superficiais, cujo objetivo é mascarar a realidade, a partir da própria imagem do político.

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