http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/assassinos-de-juiza-usaram-municao-comprada-pela-pm-do-rio
22/08/2011 -
Crime
Cápsulas recolhidas no local do crime indicam número de lote da corporação. Para comandante, indícios reforçam tese de participação de policiais
Flávia Ribeiro, do Rio de Janeiro
Peritos trabalham no carro em que foi assassinada a juíza Patrícia Acioli, em Niterói (Pablo Jacob/Agência O Globo)
Os indícios de que o assassinato da juíza Patrícia Lourival Acioli foi tramado e executado por policiais ganhou indícios de peso nesta segunda-feira. As balas usadas no crime, como mostra reportagem do jornal carioca O DIA, fazem parte de um lote de 10 mil munições do calibre 0.40 compradas para a Polícia Militar do Rio de Janeiro. Ainda não há confirmação sobre quais unidades da PM receberam o material, mas as pistas, segundo a reportagem, levam ao 7º BPM (São Gonçalo).
Os estojos recolhidos no local do crime indicavam, segundo a perícia, que Patrícia foi atacada com armas do calibre .40, usadas pela PM, e calibre .45, empregadas pelas Forças Armadas. A juíza foi atingida por 21 disparos.
Na manhã desta segunda-feira, o comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, afirmou que desde o início das investigações há indícios de que policiais podem estar envolvidos no crime, mas disse não ter informações sobre o desvio de munições.
“Vamos investigar e, se for comprovado, continuaremos na linha que já tínhamos desde o início, da hipótese da participação de PMs no assassinato da Juíza. Não sabemos se na execução, mas ao menos no planejamento são fortes os indícios da presença de policiais”, disse Mário Sérgio.
O comandante da corporação lembrou, no entanto, que a PM não tem acesso ao inquérito da Polícia Civil, conduzido em sigilo pela Divisão de Homicídios (DH) da capital. “Por enquanto, trabalhamos com a informação vinda da imprensa”, justificou.
Investigados – O comando-geral da PM recebeu, na última sexta-feira, uma lista de policiais da região de Niterói e São Gonçalo que constam em processos por envolvimento com o crime. “Vamos analisar a lista e, ao menor sinal do tribunal, faremos as mudanças necessárias”, afirmou o oficial. Segundo Mário Sérgio, são “algumas dezenas” de policiais investigados.
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