http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/12/sao-vicente-ferrer-ma-sofre-com-menor-pib-capita-do-pais.html
Edição do dia 14/12/2011
14/12/2011 21h12 - Atualizado em 14/12/2011 21h12
São Vicente Ferrer (MA) sofre com menor PIB per capita do
país
Cidade tem pouco mais de 20 mil habitantes, nenhuma indústria e 170 lojas.
De cada dez moradores, sete vivem na área rural.
O IBGE divulgou o ranking das cidades de acordo com
o PIB per capita, que é a soma de tudo que é produzido pela economia do local
dividida pelo número de habitantes. O município que obteve o menor índice fica
no Maranhão.
São Vicente Ferrer, a 280 quilômetros de São Luís, tem pouco mais de 20 mil
habitantes, nenhuma indústria e 170 lojas, a base da economia na área urbana do
município.
De cada dez moradores de São Vicente Ferrer, sete vivem na área rural. Boa
parte depende da agricultura de subsistência, ou seja, planta basicamente para
comer. E quando as coisas vão mal na lavoura, toda a cidade sofre as
consequências.
O plantio de mandioca é a principal atividade na roça. "Quando a colheita não
é boa, a gente tem dificuldade mesmo e a gente chega ao ponto de passar fome",
conta o lavrador Carlos Martins.
Dois anos atrás, muita gente passou por isso. "Chegou a enchente, alagou e
matou a colheita", lembra um morador.
"A gente vive disso, a gente tem os animaizinhos para dar ração, a gente
planta para comer e sobreviver. Falhou, a gente tem prejuízo", diz outro
morador.
Os problemas no campo estão entre os motivos apontados pelo IBGE para que o
município maranhense tivesse o pior PIB per capita do país: menos de R$ 2 mil. O
reflexo disso está espalhado pela cidade.
Em uma escola, os alunos já se acostumaram com a despensa vazia. “Não tem
merenda. O jeito é ficar com fome”, conta um menino.
O transporte escolar é precário, em um ônibus a equipe de reportagem
encontrou até um botijão de gás usado para escorar uma das portas.
“Não funciona pisca-pisca, velocímetro, buzina. É muito perigoso. Transporto
entre 60 e 70 crianças”, diz o motorista.
No único hospital da região: “O médico deu uma saidinha. Ele mora aqui
pertinho”, argumenta a atendente.
Enquanto a equipe esteve na cidade, a companhia energética cortou a energia
da Secretaria de Saúde, onde funciona também o gabinete do prefeito João Batista
Freitas: "Aqui não tem empresas. Aqui não tem fazendas. O cara ou tem um emprego
na prefeitura, ou Bolsa Família ou aposentadoria e a agricultura é essa coisa
toda aí".
14/12/2011 21h12 - Atualizado em 14/12/2011 21h12
São Vicente Ferrer (MA) sofre com menor PIB per capita do país
Cidade tem pouco mais de 20 mil habitantes, nenhuma indústria e 170 lojas. De cada dez moradores, sete vivem na área rural.
O IBGE divulgou o ranking das cidades de acordo com
o PIB per capita, que é a soma de tudo que é produzido pela economia do local
dividida pelo número de habitantes. O município que obteve o menor índice fica
no Maranhão.
São Vicente Ferrer, a 280 quilômetros de São Luís, tem pouco mais de 20 mil
habitantes, nenhuma indústria e 170 lojas, a base da economia na área urbana do
município.De cada dez moradores de São Vicente Ferrer, sete vivem na área rural. Boa parte depende da agricultura de subsistência, ou seja, planta basicamente para comer. E quando as coisas vão mal na lavoura, toda a cidade sofre as consequências.
O plantio de mandioca é a principal atividade na roça. "Quando a colheita não é boa, a gente tem dificuldade mesmo e a gente chega ao ponto de passar fome", conta o lavrador Carlos Martins.
Dois anos atrás, muita gente passou por isso. "Chegou a enchente, alagou e matou a colheita", lembra um morador.
"A gente vive disso, a gente tem os animaizinhos para dar ração, a gente planta para comer e sobreviver. Falhou, a gente tem prejuízo", diz outro morador.
Os problemas no campo estão entre os motivos apontados pelo IBGE para que o município maranhense tivesse o pior PIB per capita do país: menos de R$ 2 mil. O reflexo disso está espalhado pela cidade.
Em uma escola, os alunos já se acostumaram com a despensa vazia. “Não tem merenda. O jeito é ficar com fome”, conta um menino.
O transporte escolar é precário, em um ônibus a equipe de reportagem encontrou até um botijão de gás usado para escorar uma das portas.
“Não funciona pisca-pisca, velocímetro, buzina. É muito perigoso. Transporto entre 60 e 70 crianças”, diz o motorista.
No único hospital da região: “O médico deu uma saidinha. Ele mora aqui pertinho”, argumenta a atendente.
Enquanto a equipe esteve na cidade, a companhia energética cortou a energia da Secretaria de Saúde, onde funciona também o gabinete do prefeito João Batista Freitas: "Aqui não tem empresas. Aqui não tem fazendas. O cara ou tem um emprego na prefeitura, ou Bolsa Família ou aposentadoria e a agricultura é essa coisa toda aí".
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