sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Mais velórios de vítimas de acidentes de trânsito


http://www.jornalpequeno.com.br/2011/12/27/dor-e-comocao-marcam-velorios-das-vitimas-do-acidente-na-av-guajajaras-181762.htm

Dor e comoção marcam velórios das vítimas do acidente na Av. Guajajaras


27 de dezembro de 2011 às 09:59
POR JULLYCAMILO
No final da manhã de domingo (25), quatro pessoas morreram e pelo menos 10 ficaram feridas em um grave acidente ocorrido na Avenida Guajajaras, próximo à empresa Ferro Norte. Uma caminhonete Mahindra, cabine dupla, capotou várias vezes, após o motorista perder o controle quando atingiu a traseira de uma motocicleta, no sinal do cruzamento da Guajajaras com a Avenida Thales Neto, no Bairro do João de Deus. Três ocupantes da caminhonete e o carona da moto morreram no local. Durante todo o dia de ontem (26), os velórios aconteceram simultaneamente em quatros pontos da capital maranhense, com muita comoção e dor de amigos e familiares.
As pessoas que morreram no acidente são Alana Larissa Costa Santos, de 16 anos, residente na Rua Santo Antonio, n° 60, Jardim São Cristóvão; Paulo Henrique de Jesus Melo, 23, morador da Rua Nossa Senhora da Batalha, n° 54, Santa Cruz; e Polyanna Michely de Jesus Moraes, 21, residente na Rua A, quadra 37, n° 55, Cohatrac I, todos passageiros da caminhonete. E André Ricardo Silva Cherrim, 24, morador da Rua São Sebastião, n° 23, no São Bernardo, que ocupava a garupa da motocicleta.
Foto: Divulgação e Alessandro Silva
Veículo capotou várias vezes, provocando a morte de quatro pessoas e entre elas Polyanna Michely, André Ricardo e Alana Larissa (no detalhe)
Segundo o pai da estudante Alana Costa, o frentista Gimafrim Campelo Santos, de 36 anos, a adolescente teria saído de casa sem avisar a ninguém aonde iria. Ele explicou que, quando chegou do trabalho, na manhã de domingo (25), convidou a filha para ir até a casa da avó com ele, mas Alana disse que ficaria descansando um pouco e que mais tarde iria até o local. “Acreditei nela, pois vi que logo adormeceu no sofá. Resolvi sair e quando soube foi da ocorrência do acidente. Fui informado que o veículo no qual ela estava seguia em direção à praia e tinha muita gente, sendo que a maioria estava na carroceria do automóvel. As notícias dão conta de que o motorista, que estava na companhia da mulher e do filho – um bebê de colo, trafegava em alta velocidade e altamente embriagado. Minha filha foi arremessada e morreu na hora. Não sei o que fazer, mas vou tomar providências. Soube que o carro dirigido por ele seria da empresa na qual trabalha, a Vip Vigilância, e que os patrões teriam pago a fiança dele para que fosse liberado da delegacia”, disse ele, afirmando que o sepultamento estava marcado para as 16h de ontem, no Cemitério do Cajupe, no Bairro da Santa Bárbara.
Parentes velam o corpo de Paulo Henrique, no Santa Cruz
A ex-mulher do vendedor Paulo Henrique Melo, Jéssica Silva Aguiar, relatou que ele havia amanhecido na companhia de amigos, familiares e da atual namorada, celebrando o Natal, e logo pela manhã resolveram continuar as comemorações na praia. Ela relatou que o ex-marido, com o qual tem um filho, saiu na companhia da namorada e de três irmãos, sendo dois de seis e nove anos e uma adolescente de 16 anos, Thays Cristine de Jesus, que está internada na UTI do Hospital Municipal Clementino Moura (Socorrão 2), em estado grave. “Paulo conhecia o condutor do veículo e, talvez, por isso tenha confiado em sair com ele, mesmo depois de já terem bebido. Foi um fato lamentável e muito triste, felizmente as crianças sofreram apenas leves escoriações, assim como o filho do motorista”, informou. O sepultamento dele iria ocorrer às 15h, no Cemitério do Iguaíba.
Outra versão – O primo de Pollyana Moraes, Iago Leandro, narrou outra versão do acidente e contou que no dia do fato a vítima, que teria passado a noite na companhia de amigos, telefonou para a residência dos pais com os quais morava, avisando que ia almoçar em casa junto com o namorado Paulo Henrique, porém, não apareceram. Iago explicou que, segundo informações, os dois estariam esperando no canteiro central da Avenida Guajajaras para atravessar a via quando foram colhidos pelo veículo. Ela teria quebrado o pescoço, o braço e as duas pernas e morrido no local, mas a família só soube do fato por volta de 19h30. Pollyana era estudante de um curso técnico de enfermagem. O enterro foi às 15h, de ontem, no Cemitério Jardim da Paz.
O taxista João Carlos da Silva Cherrim, de 22 anos, irmão do funcionário público André Cherrim, explicou que a vítima havia pegado uma carona com o motoqueiro José Raimundo Martins Silva, 25, que também foi atingido e internado no Socorrão 2, mas passa bem. Ele disse ter sido informado que a caminhonete já estava capotando quando o motociclista entrou na avenida. “Meu irmão sacou da moto. Ele quebrou o pescoço, a bacia e duas costelas, só por um milagre de Deus escaparia. André era uma boa pessoa e, com certeza, fará muita falta. Somos sete irmãos, porém, só eu e ele morávamos com nossos pais, vai ser um choque para eles”, declarou. O enterro do funcionário público ocorreu às 10h, no cemitério do Tibiri.
Segundo informações da Polícia Militar, no dia do fato o condutor do veículo foi identificado como Moisés Carlos da Silva Campos, de 38 anos. A polícia explicou que o carro pode levar somente cinco pessoas, porém, estava com o dobro da capacidade. O condutor teria apresentado sinais de embriaguez e na caminhonete teriam sido encontrados recipientes térmicos e restos de bebida. A Polícia Civil havia solicitado ao Instituto de Criminalística (Icrim) um teste para detectar o nível de álcool no sangue do motorista. O caso está sendo conduzido pela Delegacia Especial da Cidade Operária (Decop).

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