quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Mãe de Carlos James nega que seu filho tenha envolvimento na morte de Matosão


http://www.jornalpequeno.com.br/2010/12/4/mae-de-carlos-james-nega-que-seu-filho-tenha-envolvimento-na-morte-de-matosao-139664.htm

EM CARTA

Após quatro meses do assassinato do presidiário Marco Aurélio Paixão da Silva, o “Matosão”, ocorrido no dia 21 do mês de julho deste ano, o crime continua envolto em mistérios – sem que, de fato, sejam apontados os verdadeiros mandantes e as reais motivações. Na época, a causa do homicídio foi atribuída a denúncias que a vítima teria feito sobre uma rede criminosa existente dentro do Sistema Penitenciário do Maranhão, e que seria comandada pelo então secretário adjunto de Administração Penitenciária, Carlos James Moreira, culminando com o seu afastamento do cargo.

No entanto, no mesmo, mês o traficante Tobias Pereira Oliveira foi preso e assumiu a autoria do crime, apontando como mandante o também traficante João Batista Mendes, o “Escobar”, sendo que a motivação seria o fato de Matosão estar ajudando a polícia na localização de bocas de fumo da capital maranhense, ou seja, atuando como ‘X9’.

Insatisfeita com a falta de resposta por parte das autoridades, a mãe do ex-secretário adjunto Carlos James escreveu uma carta ao Jornal Pequeno, na qual garante que seu filho é inocente, relata alguns fatos que teriam levado à morte de Matosão e cobra providências para que o caso seja esclarecido. A seguir a íntegra do texto.

MEU FILHO NÃO É ASSASSINO!

Só quem é mãe de verdade sabe o que significa a dor e o desespero em ver um filho ser injustiçado e caluniado por desafetos eivados de vingança. Eu sou essa pobre mãe que há meses arrasto-me em uma dor inigualável por ver o meu filho amado ser execrado perante a opinião pública, sem que dêem a ele a menor chance de defesa. Em respeito ao meu filho, o ex-secretário de Administração Penitenciária do Estado do Maranhão, Carlos James Moreira, à sua esposa, filhos, irmãos, amigos e à sociedade maranhense, venho esclarecer alguns fatos que, mais do que um desabafo, é a voz de uma mãe que clama por justiça:

1 – São mentirosas as denúncias que o meu filho, Carlos James, tenha qualquer envolvimento na morte do preso de justiça Marco Aurélio da Paixão, vulgo “Matosão”. Fui buscar a verdade e obtive informação que Matosão era um preso problemático, que ficava alojado, juntamente com quatro outros presos de justiça, numa permanência pertencente ao antigo pavilhão feminino, situado dentro da Penitenciária de Pedrinhas, em regime semi-aberto. Matosão gostava de regalias que lhes eram proporcionadas por alguns funcionários da referida unidade, tendo acontecido, neste período, a regressão de seu regime prisional de fechado para o semi-aberto, ato este concretizado pelo atual juiz de Execução.

2 – Ao conquistar o regime semiaberto, Matosão um dia chegou a se ajoelhar aos pés de Carlos James, pedindo para não descer para a Penitenciária São Luís, dizendo: “Pai me ajuda, não deixa eu descer, vão me matar lá...”, fato este quase instantâneo com a ligação da advogada Marilene Aranha, fazendo também tal pedido, o qual foi atendido.

3 – No período em que esteve no regime semiaberto, na Penitenciária de Pedrinhas, Matosão, devido à sua condição de usuário de entorpecentes, e pela falta de condições financeiras de manter seus vícios, começou a se envolver em certos “negócios” dentro da Unidade Penal, causando certas inimizades, que ultrapassaram os muros das unidades prisionais.

4 – O próprio Matosão solicitou junto à direção da Penitenciária ingressar no trabalho externo, conforme estabelece a Lei de Execuções Penais, tendo sido feito, na época, todo o procedimento. Matosão pediu que fosse dado a ele logo esse direito, passando na frente dos direitos dos demais presos, que também pleiteavam tais benefícios, pedido este que não foi atendido, pois era respeitada a ordem das solicitações dos presos.

5 – Após receber o benefício, Matosão começou a andar em companhia de um policial civil e outro policial militar, extorquindo e fazendo “acertos” em diversas “bocas de fumos” de São Luís, extorquindo traficantes e mulheres de presos e ex-presidiários, fato que logo a ‘massa carcerária’ ficou sabendo, causando certa revolta, pois o mesmo já tinha problemas dentro da cadeia, por ser considerado ‘X9’.

6 – Todos os fatos acerca do comportamento de Matosão eram do conhecimento do delegado geral de Polícia Civil, Nordman Ribeiro. O delegado Nordman chegou a relatar ao meu filho, em seu gabinete, para que este ficasse tranquilo, pois existiam interceptações telefônicas e toda a morte de Matosão já estava esclarecida.

7 – O assassinato de Matosão culminou com a exoneração do meu filho, Carlos James, do cargo de secretário de Administração Penitenciária do Estado, com data retroativa a 1° de agosto.

8 – A sociedade e as autoridades de bem deste estado precisam saber que os mesmos fatos que aconteceram com Carlos James também aconteceram com o delegado Sebastião Uchôa, quando o mesmo era secretário adjunto. Na ocasião, uma carta foi enviada para a imprensa, acusando Uchôa de comandar prostituição e corrupção na Penitenciária de Pedrinhas. Os fatos foram noticiados sistematicamente pelo Jornal Veja Agora, que circulava na época.

9 – O que se estranha é que, da mesma forma como foi feito com Carlos James, ocorreu com Sebastião Uchôa. Por coincidência, Matosão estava preso, na época da citada carta contra Uchôa, na CCPJ de Pedrinhas. Ele se dizia insatisfeito com o também secretário adjunto, pois queria ser transferido para a Penitenciária de Pedrinhas e não foi autorizada tal transferência, pensava ele, pelo secretário Uchôa.

10 – Mais estranho, ainda, é que o mesmo agente penitenciário que tinha conversas longas com Matosão, e que estava muito insatisfeito, na época, com o secretário Uchôa, também figura nos fatos atuais, e fora visto diversas vezes conversando nas ruas de São Luís com Matosão, como também na Secretaria de Segurança com o atual superintendente de Polícia Civil da Capital, Uchôa. Em épocas passadas, os dois eram inimigos, a ponto de ser investigado, pelo próprio Uchôa, na época diretor da Cadet, na qual culminaram em diversas prisões, noticiadas nacionalmente, em que o Estado do Maranhão figurava no combate ao crime organizado.

11 – É imperioso deixar claro à opinião pública que a morte de Matosão aconteceu devido ao seu envolvimento aos fatos acima elencados, não tendo qualquer relação com as denúncias por ele feitas, fato que pode ser confirmado pelo relatório do inquérito policial, pelas declarações feitas pelo delegado geral e pelo diretor da Seic ao próprio Carlos James, de que os mesmos estavam investigando Matosão muito antes de sua morte. Foram confirmados os atos criminosos de Matosão, com a “colaboração” de um policial civil e um policial militar, conforme relatou o próprio delegado geral, Nordman Ribeiro.

12 – Venho, também, esclarecer que todas as denúncias contra Carlos James foram apuradas pelo Gecoc, da Promotoria de Investigações Criminais, e até o momento nada ficou comprovado sobre o envolvimento do meu filho neste ou em qualquer outro crime e que tudo será comprovado em um relatório final da Promotoria.

13 – Rogo a todos aqueles que um dia tiveram a excelente preocupação de fazer cumprir seus papéis como representantes dos órgãos de Direitos Humanos, alguns sem nunca terem ido a uma Unidade Penal do Estado, denunciando irregularidades no Sistema Penitenciário do Maranhão, que atentem ao princípio constitucional da ampla defesa e do contraditório, a fim de que denúncias infundadas não venham prejudicar não apenas ao meu filho, mas a toda uma família que está sofrendo.

14 – Esclareço que Carlos James Moreira é agente penitenciário (1ª Classe) concursado, graduado em Engenharia Mecânica (Uema), bacharel em Direito (Faculdade São Luís), Especialista em Modalidades de Tratamento Penal e Gestão Prisional (Departamento Penitenciário Nacional/Universidade Federal do Paraná), Especialista em Ciências Criminais (convênio Faculdade São Luís/Sesp).

15 – E, por fim, peço àqueles que caluniam Carlos James sem provas, que esclareçam os fatos, se não em respeito à sociedade maranhense, pelo menos aos seus próprios filhos, pois só quem é pai ou mãe sabe o que representa a dor de um filho injustiçado. Digo e repito: meu filho não é assassino!

Neusa Moreira Lima

Aposentada, 65 anos,

mãe de Carlos James


3 pessoas comentaram no "Mãe de Carlos James nega que seu filho tenha envolvimento na morte de Matosão"

1 marcos andre
5 de dezembro de 2010 as 18:18

Impressionante...tamanho homem agora se esconde debaixo da saia da mãe.Em primeiro lugar, não dá pra crer que tal depoimento tenha sido escrito pela mãe e sim pelo filho.Depois, as mesmas alegações: a culpa é do Drº Uchoa.Muda o disco minha gente.

2 BENIGNO DIAS, Autônomo

6 de dezembro de 2010 as 10:12

ASSASSINATOS, EM PRESÍDIOS, SÓ TEM DUAS CAUSA MORTIS:

1ª EXECUTADOS DIRETAMENTE POR POLICIAIS

2ª OU POR TERCEIROS, A MANDO DA POLÍCIA!

3 RICARDO DIAS

7 de dezembro de 2010 as 22:49
de novo, TODO MUNDO CONHECE TUA HISTORIA. ENGANAS ATÉ TUA MÃE? CONTRA FATO NAO SE DISCUTE, CARA.

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