quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Mostra de Cinema e Direitos Humanos na América do Sul chega pela primeira vez à São Luís


blog do Zema.
Programação tem início hoje no Cine Praia Grande e segue até domingo (5). Mais de 40 filmes serão exibidos em uma semana. Todas as sessões têm entrada franca.

Em sua quinta edição, a Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul chega pela primeira vez à São Luís. Realização da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH-PR), a mostra é produzida pela Cinemateca Brasileira, com patrocínio da Petrobras. Serão sete dias de exibições de filmes que têm os direitos humanos como tema, no Cine Praia Grande (Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, Praia Grande), com entrada franca.

“A mostra vem crescendo ao longo dos anos, por isso a capital maranhense só a recebe agora. Ano passado ela chegou a 16 capitais, este ano são 20. Sua próxima edição certamente chegará a todas as capitais do país”, entusiasma-se o cineasta e professor universitário Francisco Colombo, produtor local da mostra.

Exceto hoje, quando a sessão de abertura está marcada para 19h30min, a programação até o próximo dia 5 de dezembro (domingo), tem início às 13h30min. Vidas deslocadas, de João Marcelo Gomes, e Perdão, Mister Fiel, de Jorge Oliveira, serão exibidos na sessão inaugural da mostra.

A maioria dos filmes nunca foi exibida em São Luís – e alguns somente agora estreiam no Brasil. A seleção dos trabalhos incluídos na 5ª. Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul levou em conta o caráter artístico dos mesmos: os filmes não têm caráter panfletário e, por vezes, os direitos humanos são trazidos à tela de maneira transversal.

Todos os mais de 40 filmes que compõem a programação da mostra serão exibidos em closed caption e haverá sessões com audiodescrição, voltadas ao público com deficiência visual – estas acontecerão dias 1º. (quarta-feira) e 2, ambas às 13h30min. Dez países sul-americanos estão representados por produções.

A 5ª. Mostra de Cinema e Direitos Humanos na América do Sul visitará as 20 capitais brasileiras do circuito até o próximo dia 19 de dezembro. Este blogue, ao longo da semana de sua realização em São Luís – entre hoje e domingo (5), trará outras notícias sobre o evento.

Veja abaixo as sinopses dos dois filmes de sua sessão de abertura.


Vidas deslocadas, de João Marcelo Gomes (Brasil, 13min, 2009, doc)

Os palestinos são o único povo reconhecido pela república socialista do Iraque como refugiados. Após a queda de Saddam Hussein, eles perderam o direito de permanecer naquele país. Faez Abbas e Salha Nasser saíram do país em 2003 e, durante quatro anos, viveram em campos de refugiados em Al-Ruweyshed, entre o Iraque e a Jordânia. Em setembro de 2007 o casal foi reassentado no Brasil, junto a outros 120 refugiados palestinos. De acordo com a ONU, existem atualmente cerca de 4,7 milhões de refugiados palestinos no mundo todo.

Perdão, Mister Fiel, de Jorge Oliveira (Brasil, 95min, 2009, doc)

A morte sob tortura do operário comunista Manoel Fiel Filho por agentes da repressão, em 1976, nos porões do DOI-CODI de São Paulo, é a base do documentário que discute a intervenção dos Estados Unidos nos países da América do Sul, nas décadas de 1970 e 80, e a caça impiedosa aos comunistas, por meio da “Operação Condor”, idealizada pela CIA, e adotada pelo regime do general chileno Augusto Pinochet. Com entrevistas realizadas no Brasil, Estados Unidos, Chile e Argentina, trinta personalidades, entre as quais três presidentes do Brasil, além de historiadores, escritores, militantes dos Direitos Humanos, ex-presos e exilados políticos contam suas experiências pessoais e analisam o contexto político nacional e internacional que motivou a barbárie da ditadura militar. Uma gravação inédita do ex-presidente Ernesto Geisel revela a repercussão da morte de Manoel Fiel Filho nos bastidores do governo militar, e que culminou com a demissão do General Ednardo, Comandante do II Exército na época. Pela primeira vez, um documentário conta como morreram alguns jovens que se rebelaram contra a ditadura militar no Brasil.

No site da mostra pode ser baixado seu catálogo completo.

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