As organizações criminosas já se instalaram defitivamente

Participamos da inspeção na Penitenciária de Pedrinhas, ontem (dia 07/10), juntamente com o Juiz, Roberto de Paula, Defensoria e assessores do Grupo de Monitoramento do TJ. Aparentemente, tudo calmo, mas a tensão é subterrânea.Na inspeção do CDP, no dia 27/09, tudo aparentava tranquilidade também, mas logo no final de semana ocorrera uma tentativa de fuga, culminando com a morte de um preso por choque elétrico, dentro do túnel de fuga.
Ontem, mal chegamos fomos informados de que um buraco para fuga havia sido descoberto. O pavilhão estava em reforma, onde tudo ainda estava quebrado, resultado do último confronto entre facções criminosas.
Agora, na Penitenciária de Pedrinhas, vivia-se o rescaldo, mas a tensão permanece. A Sejap havia afastado o diretor anterior e Ana Sílvia foi nomeada para o cargo. Uma greve de fome estava em andamento, espraiando-se inclusive para unidades prisionais do interior. Há uma reivindicação em curso: dividir as unidades prisionais entre as facções rivais.
As facções agora atingiram o paroxismo. Estão em guerra, franca e declarada. Vimos hoje que a polícia prendeu, na madrugada desta terça-feira, simplesmente 20 homens e 19 mulheres. Eles participavam de uma festa em que era comemorado o aniversário de dois dos líderes da facção denominada "Bonde dos Quarenta", no Araçagy. Dizem que havia mais de 60 pessoas na festa, alguns conseguiram fugir ao cerco policial.
Hoje convivemos com uma outra realidade criminal no Estado e não nos preparamos para isso. As organizações criminosas deslocaram seu eixo de atuação para o Norte e para o Nordeste, onde os sistemas de segurança são mais frágeis e desorganizados.