Depois que a Secretaria de Segurança anunciou elucidado o crime de Décio, muitas perguntas precisarão ser respondidas.
Ainda não convence uma versão de que o jornalista teria sido morto por repercutir reportagens sobre a merenda escolar, como afirma o site da mirante. Não vi motivo suficiente para que tais criminosos descarregassem sua fúria sobre Décio, a ponto de eliminá-lo. Tanto nesse caso como por ocasião da morte do sócio dos agiotas, em Teresina, não vi nenhuma postagem, de responsabilidade de Décio, que pudesse justificar tamanha violência contra ele. Portanto, acredito que ainda falta sabermos o motivo da morte do jornalista.
Confesso que também não entendi a conduta policial, no caso do criminoso Valdênio Silva. Se ele dera fuga ao criminoso e confessara o crime, deveria continuar preso, como cúmplice da morte do jornalista. Se o objetivo era monitorá-lo, o pistoleiro que o matou já deveria estar preso. Ou, no mínimo, Valdênio deveria estar vivo. Se a polícia tivesse lançado mão da delação premiada, talvez ele ainda estivesse vivo, também. Mesmo como estratégia de inteligência, seria correto libertar Valdênio como inocente?
Outro fato curisoso é que o matador de Décio não se afastara de São Luís, apesar da repercussão do crime. Seu envolvimento com o tráfico (foi preso com petrechos de fabricação de cocaína) também revela distinção com a postura de pistoleiros profissionais, que, em geral, são discretos e não se envolvem com práticas criminosas comuns. Depois de praticar um crime de grande repercussão, pemanecer em São Luís parece falta de propósito. Nesse caso, o matador parece que estava esperando ser preso.
Tudo indica que os Delegados ainda continuarão a investigar mais detalhes sobre o crime. Contudo, diante do quadro incompleto do consórcio de mandantes, tenho dúvidas se a euforia do anúncio de uma possível solução do crime não dificultará o acesso a figurões mais importantes.
A menos que se creia que Décio tivesse negócios com agiotas, o que é improvável.
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