sexta-feira, 22 de junho de 2012

Governo informa à OEA que não vai reabrir caso Vladimir Herzog


http://g1.globo.com/politica/noticia/2012/06/governo-informa-oea-que-nao-vai-reabrir-caso-vladimir-herzog.html

Jornalista morreu em 1975 nas dependências do Doi-Codi, em São Paulo.
Versão oficial é de suicídio. Família sustenta que ele foi assassinado.

Do G1, com informações do Jornal Nacional



O governo informou à Organização dos Estados Americanos (OEA) que não vai reabrir o caso do jornalista Vladimir Herzog, por causa da Lei da Anistia.
Ele morreu em outubro de 1975, durante a ditadura militar, enquanto estava preso nas dependências do Doi-Codi, a polícia politica, em São Paulo.
A familia de Herzog e organizações não-governamentais que fizeram a denúncia à Comissão Inter-Americana de Direitos Humanos criticam a resposta do Brasil ao pedido de investigação sobre as circunstâncias da morte.
O documento de 47 páginas com a resposta do Estado brasileiro não pode ser apresentado porque é classificado como sigiloso. Segundo as organizações que apresentaram a denúncia, o Brasil argumenta que uma nova investigação sobre o crime não pode ser feita para não contrariar a Lei da Anistia.
A familia de Herzog quer que o Brasil reconheça que ele morreu sob tortura. Na época da morte, os militares apresentaram uma foto para sustentar a versão de suicídio. A imagem mostra o corpo de Herzog na cela como se ele tivesse se enforcado com um cinto. A altura em que o corpo estava amarrado à janela era menor do que a estatura de Herzog. Essa versão, oficialmente, não foi revista até hoje.
Em entrevista ao repórter Geneton Moraes Neto, na Globo News, o então governador de São Paulo, Paulo Egydio Martins, disse que os militares armaram uma farsa.
"Se maquiou um suicídio. O suicídio foi maquiado. Não houve suicídio. Herzog foi assassinado dentro das dependências do II Exército, na Rua Tutóia, em São Paulo", afirmou Paulo Egydio.
Em nota, a Secretaria de Direitos Humanos disse que a familia já foi indenizada, em 1997, e que o Estado já reconheceu publicamente a responsabilidade pela prisão arbitrária e morte de Herzog.
Para o filho do jornalista, Ivo Herzog, a morte não foi esclarecida. "Ela foi esclarecida? Então porque que a gente tem um atestado de morte que diz que ele se suicidou? Foi esclarecida? Quem são as pessoas que mataram meu pai? Pergunto ao governo. Ele me responda isso daí. Na hora que ele me responder quem foram as pessoas que mataram meu pai e dar os documentos que reconhecem que ele foi assassinado, aí tera sido esclarecido. A gente ainda nao recebeu essa informação", declarou.

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