http://www.ipclfg.com.br/artigos-do-prof-lfg/raio-%e2%80%93-x-do-carcere-brasileiro-numeros-que-chocam/
Fechando o primeiro semestre de 2011 com um total
de 513.802 presos, conforme dados do DEPEN
(Departamento Penitenciário Nacional), o Brasil ficou em 4º
lugar dentre os países mais encarceradores do mundo e em 49º
lugar dentre os mais encarceradores a cada 100 mil habitantes (com uma
taxa de 269,38 presos/100 habitantes), de acordo com o
levantamento do Instituto de Pesquisa e de Cultura Luiz Flávio Gomes (IPC-LFG).
Nos últimos 20 anos e meio (entre 1990 e junho de
2011), o Brasil teve um crescimento de 471% em sua população
carcerária, já que em 1990 o país possuía 90 mil presos. No
mesmo período, toda a população nacional cresceu apenas 30% (Veja: Crescimento
da população carcerária ultrapassa vertiginosamente o da população
nacional).
Os presos provisórios foram os que tiveram o
maior crescimento: 944%, alcançando uma população de 169.075
presos em 2011, dez vezes maior do que a existente em 1990
(16.200 presos). Já o número de presos definitivos cresceu 367%,
alcançando uma população cinco vezes maior do que
naquele período (Veja: Prisão
provisória cresceu 944% em 20 anos).
Do total de detentos, quem lidera são os homens,
representando 92,6% da população carcerária nacional, enquanto
as mulheres representam 7,4% deste total. No entanto, a taxa de
crescimento no número de prisões de mulheres, entre 2000 e junho de 2011, que
alcançou 252%, foi duas vezes superior ao de homens, que
totalizou 115%.
O delito mais encarcerador para ambos os sexos
foi o crime de Tráfico de Entorpecentes, responsável por 60%
das prisões femininas e 21% das masculinas.
Já a faixa etária que mais ensejou prisões foi a
de 18 a 24 anos, atingindo 30% delas. Em
relação ao grau de escolaridade, o que preponderou foram os presos com
ensino fundamental incompleto, representando
46% do total, veja:
Por meio destes levantamentos é simples concluir
que os homens, jovens e os menos instruídos são os que preponderam em
nossos presídios e que o número de mulheres e de presos
provisórios cresceu expressivamente (Veja: 46%
dos presos brasileiros não concluíram o Ensino Fundamental, Jovens
representam o maior número de presos no país e Mulheres
presas: aumento de 252% em dez anos).
Tais constatações são extremamente valiosas, pois
figuram como raio – x do sistema penitenciário brasileiro, podendo contribuir e
auxiliar no desenvolvimento de políticas de combate à criminalidade e de
alternativas públicas no lugar de novas prisões.
*LFG – Jurista e cientista criminal. Fundador da
Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto de Pesquisa e Cultura Luiz
Flávio Gomes. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz de Direito (1983 a
1998) e Advogado (1999 a 2001). Acompanhe meu Blog. Siga-me no Twitter. Assine meu Facebook.
**Advogada e Pesquisadora do Instituto de
Pesquisa e Cultura Luiz Flávio Gomes.
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