domingo, 8 de janeiro de 2012

A situação gravíssima do abastecimento de água em São Luís



Foto: jornal pequeno
São Luís vive à míngua de água. O abastecimento da capital sempre foi precário. Em muitos bairros, a água raramente chega. A população, para remediar o problema, se vira como pode. Alguns fazem cisternas imensas, poços artesianos ou cotizam-se para comprar água de caminhões pipa. Em intervalos não muito raros, nada disso resolve e a situação entra em estado de calamidade.

A rotina do abastecimento é humilhante. Lembro que era estagiário de um escritório de advocacia e o centro da cidade recebia água dia sim e dia não. Eu nunca entendi como um centro histórico e comercial de uma  cidade turística pode funcionar assim.

Nos altos dos bairros e em determinadas regiões da cidade, a água chega apenas de madrugada e por volta das sete da manhã já foi embora. Se houver medidor na casa, o proprietário tem que fazer plantão para não disperdiçar o consumo já escasso, pagando uma conta mais cara ainda.

A Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão - CAEMA, é a empresa de abastecimento de água e saneamento básico a 136 dos 217 municípios maranhenses desde 1966. Somente em dois deles o esgoto é tratado: São Luís e Imperatriz. A empresa é um entidade de economia mista e o governo do Maranhão figura como seu acionista majoritário.

Há  cerca de dez anos ouvimos falar que o sistema Italuís, especialmente no trecho  de Perizes, está corroído e imprestável. Ninguém fez nada. Soube que a obra foi questionada pelo Ministério Público Estadual. O processo deve estar dormitando em alguma prateleira do Poder Judiciário.

Há mais de cinco anos fiz uma representação ao MP Estadual, acerca desta injustiça histórica, sem remédio para o cidadão prejudicado. Reuni a assinatura de vários moradores do Monte Castelo e adjacências para noticiar os danos causados pela Caema, onde a maioria dos moradores daquela região estavam comprando água de caminhões pipa e ao mesmo tempo pagando a conta de água sem nenhum desconto. Foi mesmo que passar sabão na cara de jumento - como diz o ditado popular.

O interesssante é que diante deste descalabro, os governantes querem atrair para próximo da capital grandes empreendimentos, que aumentarão sensivelmente a demanda por consumo de água.

As notícias não são alvissareiras. Os rompimento continuos da adutora deixaram bairros inteiros sem água desde o revellion. Se houve disposição para corrigir parcialmente o problema, substituindo a adutora no trecho de perizes, a partir de algum mês deste ano, corremos o risco de passar todo o ano de 2012 sem água. Não por acaso a grande quantidade de imóveis colocados à venda no Monte Castelo, Apeadouro, Alemanha e João Paulo.
Enquanto isso, contraditoriamente, assistimos passivamente os canos estourando, derramando água meses a fio,sem nenhuma providência. Hoje vi pessoas idosas transportando baldes de água sei lá de onde. E era dia de água.

O pior é que nem comprar água poderemos. As empresas de caminhões pipa estão superdemandadas e não conseguem atender a grande quantidade de pedidos. De fato, esse modelo de gestão não resiste ao menor questionamento.

Para ler mais sobre o assunto:
http://www.jornalpequeno.com.br/2012/1/6/adutora-do-sistema-italuis-rompe-pela-2a-vez-em-menos-de-1-semana-182793.htm

Um comentário:

Anônimo disse...

triste a situação em que se encontra São Luís