sábado, 26 de fevereiro de 2011

INCRA em disputa

Não é difícil entrever a disputa pela direção do INCRA, onde a operação "Donatário", da Polícia Federal, emerge como primeiro round, de um combate de vários tempos. Benedito Terceiro, afilhado político do Senador Cafeteira não era o preferido do presidente do INCRA, Rolf Hackbart, há algum tempo.  Ao lado de Mato Grosso e Goiás, o Maranhão era considerado um problema político a ser resolvido, pela presidência do INCRA, juntamente com a alta cúpula do PT.

Benedito vinha sofrendo um processo de fritura silenciosa, resultado de vários problemas de gestão, falta de trânsito junto aos movimentos sociais, e junto à própria cúpula do Governo Federal. Por duas vezes esteve com a cabeça na bandeija, mas resistiu bravamente.

Depois da queda de Monteiro, cuja deposição teve origem com as investigações do  mesmo inquérito, não se compreendia porque Benedito Terceiro, também ali figurando como investigado, ainda não tinha tido o mesmo destino. O grupo de Whashington Luís (atual vice-governador), do qual faz parte Monteiro, jamais se conformou com a perda de um cargo tão importante no Estado. No processo da disputa pelo cargo, após a vitória de Dilma, a facção estava trabalhando a indicação de pelo menos três nomes vinculados ao vice-governador. Monteiro, estrategicamente saiu da disputa, porque figura como investigado no mesmo inquérito.

Debaixo de um fogo cruzado que incluía movimentos sociais, a facção de Whashinton Luís  e a alta hierarquia do INCRA, a operação de busca e apreensão de documentos pela PF foi a gota de água.

Agora, responde interinamente pelo órgão, Luiz Alfredo Soares, com fortes ligações com a família Sarney, mas contando com alguma simpatia de setores dos movimentos sociais. Se tudo foi pensado, Sarney conseguiu matar dois coelhos com uma só cajadada.

O próximo roundo será a consolidação do processo de fritura, o que inclui até a ampla divulgação das prováveis prisões dos investigados, para que seus grupos tenham inviabilizadas suas pretensões de disputa do cargo de superintendente. Para o PT sarneísta, que já perdeu a Secretaria de Educação por denúncias de corrupção, seria um nocaute duplo.

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