sábado, 11 de setembro de 2010

Eleições

Estamos há poucos dias das eleições para presidente, governador, deputados e senadores. No plano nacional, parece que vai dar Dilma mesmo. Tudo contribui para que ela liquide o pleito logo no primeiro turno:os altos índices de aceitação do governo Lula; o carisma do presidente, seu principal cabo eleitoral; as alianças costuradas nos Estados; os méritos próprios da candidata.
Ao contrário do que seus adversários dizem, Dilma não é uma candidata ruim. É um quadro técnico e político do PT. Tem uma biografia de coerência e nunca esteve envolvida com falcatruas. As limitações de um provável governo seu serão por certo as limitações que o governo Lula já expôs. No conjunto da obra, o povo aprova.
O Serra está perdendo terreno no momento decisivo, como o cavalo ruim na reta final da corrida. Ele errou nas origens, na própria montagem da candidatura, indispondo-se com as lideranças principais de seu partido. Seu estilo de fazer política o atrapalha. Em política, não se força os apoiamentos, através de chantagens ou pressões. O candidato tem que ser um líder, e a liderança implica admiração e respeito conquistados.Depois, com a queda irreversível, entrou numa de denuncismo, ou passou a exibir campanha de baixo nível, como a que eu assisti hoje, sobre o Zé Dirceu. Além disso, esconde a origem da campanha de baixo nível, como se isso não fosse um truque velho, que não engana mais ninguém. Depois, se Dilma tem Lula, Serra teria Fernando Henrique. A comparação foi inevitável.
Marina teria sido uma alternativa, se o Partido Verde no Brasil não fosse direita. No Maranhão, seu presidente é Sarney Filho, que faz campanha declarada para Dilma. No terceiro mundo, não dá para defender a sustentabilidade ambiental montada numa estrutura partidária da direita liberal e conservadora. Embora impressione no seu discurso e tenha uma trajetória semelhante à de Lula, não está num partido sério e não tem base social. Leonardo Boff que me perdoe a heresia.
Plínio é a novidade. Sorte do PSol, que o elegeu numa luta interna fraticida. Ele não tem a imagem de um brucutu da esquerda radical. Fala manso, ao mandar a mensagem da esquerda autêntica. Tem uma biografia impressionante e uma história de vida limpa. Tem preparo intelectual para explicitar as incoerências de seus adversários. Gosto dele, faz meu estilo. Entre o PT light, domesticado, e a esquerda folclórica, foi o que restou. Para quem tem coragem de votar exclusivamente de acordo com sua consciência, é uma opção.

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