terça-feira, 24 de abril de 2012

Décio Sá brutalmente assassinado


Décio Sá

O jornalista Décio Sá foi assassinado brutalmente, ontem à noite, por volta das 22:30 h. Estava jantando, no bar "Estrela do Mar, na Avenida Litorânea. Certamente foi alvo de um pistoleiro de aluguel.
Décio deveria ter muitos inimigos pessoais, devido ao seu estilo de jornalismo, que mantinha como orientação apenas a defesa dos Governos do grupo Sarney.
Apesar disso, mantinha talvez o blogue mais acessado no Estado, onde reunia o conjunto mais completo de informações jornalísticas. A sua morte talvez desvende o que ocorre nos bastidores de um tipo de mídia no Estado.
Apesar das dívidas morais, Décio Sá não deveria estar preocupado, menosprezando um ataque físico de seus inimigos. Perambulava tranquilamente pela cidade e foi morto num lugar público.
O que mais espanta é a forma como foi morto - não apenas a morte em si. Duas pessoas numa moto. Um, desce do veículo, atravessa a avenida e vai buscar sua vítima, sentado numa mesa de bar. Friamente, sem discussão ou diálogo, atira, cinco vezes, certeiramente. Três tiros atingem a cabeça do jornalista, que, certamente, tombou morto. Um principiante não conseguiria fazer esse tipo de serviço.
O manejo com uma pistola .40 foi facilitado pela proximidade do alvo, mas não descarta o controle emocional, alcançado pela experiência de situações semelhantes.
Serviços como esses não saem barato. O mandante tem dinheiro. Arrisco até a dizer que quem manda matar jornalista tem uma preocupação exacerbada com sua imagem pessoal. É alguém que depende da sua imagem para atuar - econômica ou politicamente.
Arrisco também a dizer que talvez o blogue de Décio não seja a fonte privilegiada para encontrar o culpado pelo crime. É provável que a eliminação física tivesse por objetivo impedir uma determinada postagem. Nesse caso, o sigilo telefônico também pode ser um caminho.
O fato é que Décio morre reafirmando o que todos nós sabíamos: o Maranhão não é um Estado seguro para se viver.
Espero que o clamor da classe jornalística exerça a pressão necessária sobre os órgão de segurança e os assassinos e seus mandantes sejam presos.

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