domingo, 1 de abril de 2012

Após dois anos, detentos envolvidos na rebelião de Pedrinhas retornam a São Luís



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Dois dos líderes da maior rebelião ocorrida no Presídio São Luís, em 2010, retornaram a São Luís. Tempo de permanência em presídio de outro estado expirou

Vanessa Moreira

Publicação: 30/03/2012 07:33


Líderes da maior rebelião da história da capital passaram dois anos no Presídio Federal de Campo Grande, Mato Grosso do Sul (GILSON TEIXEIRA/O IMP/D.A PRESS

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Líderes da maior rebelião da história da capital passaram dois anos no Presídio Federal de Campo Grande, Mato Grosso do Sul

Dois dos 13 detentos transferidos do Presídio Federal em Campo Grande - Mato Grosso do Sul - para o Maranhão na madrugada da última quarta-feira, estavam envolvidos na rebelião do presídio São Luís. Lindomar Farias Silva e Cleiton de Brito Costa foram os líderes do motim que deixou 18 mortos no dia 9 de novembro de 2010.

A transferência dos detentos ocorreu devido o prazo de permanência deles ter expirado. Segundo o secretário adjunto de Estabelecimentos Penais da Secretaria de Estado da Justiça e da Administração Penitenciária (SEJAP), João Bispo Serejo, o prazo para manter esses detentos em Mato Grosso do Sul era de apenas de um ano, mas foi revisto. “O prazo ainda foi prorrogado por mais um ano, só que agora não teve mais como prorrogar por mais tempo. Eles, por serem maranhenses, tiveram que voltar para o estado”, explicou Serejo.

Antes do episódio no Presídio São Luís, 11 internos já tinham sido transferidos para o Presídio Federal. O motivo pelo qual eles foram levados para a unidade em Campo Grande foram os mais diversos: indisciplina, ameaças de morte e tráfico de drogas dentro da unidade em São Luís foram alguns deles.

Além dos dois envolvidos na rebelião, os 11 detentos indisciplinados que agora estão em São Luis são: Fabio Coelho dos Santos, Bruno Monteiro da Silva, Carlos Augusto Reis Matos, Carlos Flaviano Moraes, Emerson Pavão Diniz, Francisco Henrique França Junior, Helton Rocha de Araújo, Hilton Jhon Alves de Araújo, Jailton Sousa Ferreira, João Fernando dos Santos Rodrigues e Ronildo Dias dos Santos.

Todos eles foram distribuídos em várias unidades prisionais e por questão de segurança. O secretário Serejo não quis revelar os locais. “Se eu contar onde os detentos estão locados eu vou colocar em cheque a segurança deles, dos funcionários das unidades e da população”, afirmou Serejo.

Durante conversa com O Imparcial, Serejo disse que um trabalho de reeducação social será feito em todos os detentos transferidos para garantir um melhor comportamento durante o tempo de prisão. “Consultas psicológicas com a presença de assistente social ajuda muito no processo de reintegração social dos detentos. O lado humano deles precisa ser recuperado”, finalizou Serejo.


Secretário-adjunto de Estabelecimentos Penais do estado, Bispo Serejo, afirmou que os presos estão em unidades diferentes (HONORIO MOREIRA/OIMP/D.APRESS)


Secretário-adjunto de Estabelecimentos Penais do estado, Bispo Serejo, afirmou que os presos estão em unidades diferentes

A rebelião histórica

Dia 9 de novembro de 2010 o Complexo Penitenciário de Pedrinhas em São Luís foi palco do maior motim registrado na capital. A rebelião durou cerca de 27 horas e o saldo da violência foi de 18 mortos.

A rebelião começou quando os detentos se apoderaram das armas dos agentes penitenciários em um momento de descuido das autoridades. Os presos reivindicaram melhores condições de custódia, como redução da superlotação e fornecimento de alimentos e água com maior qualidade. Após aproximadamente 27 horas de negociações, o controle da penitenciária foi retomado pela administração do local e a Tropa de Choque da Polícia Militar. Ao longo do período em que se deu a rebelião, ocorreram 18 mortes de presos, provacadas por membros de facções rivais.

Com o fim da rebelião os presos foram levados para o pátio enquanto as equipes vistoriam as celas na busca de objetos cortantes e armas. Dois revólveres calibre 38 e um calibre 32 já foram apreendidos com os rebelados.

Cinco agentes penitenciários foram mantidos reféns durante as negociações dos presos. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA), dos 18 presos assassinados durante a rebelião por facções rivais, quinze morreram no Anexo 3 do Presídio São Luis e outros três no Centro de Custódia de Presos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

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