quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ainda sobre cédulas manchadas

O Banco Central faz o jogo sujo dos Bancos, no que se refere ao novo mecanismo para inibir furtos nos caixa eletrônicos.

Apesar de auferirem lucros exorbitantes, os Bancos  repassam ao consumidor a responsabilidade por sua própria desídia.  Idealizaram um dispositivo antifurto que mancha as cédulas nos caixa eletrônicos. Esse dispositivo também é capaz de manchar cédulas, mesmo fora de situações de furto. Tudo para não arcar com os custos de segurança privada ou simplesmente para não assumir os riscos da sua atividade  econômica.

Acobertados por resolução do Banco Central, agora os bancos recusam-se a receber notas manchadas, muitas vezes por respingos quase invisíveis a olho nu. O cidadão é surpreendido com a negativa do funcionário do banco e não está sendo orientado a exercer vigilância sobre o dinheiro que recebe das instituições financeiras, seja na chamada "boca do caixa", seja nos caixas eletrônicos.

Isto porque há um fluxo importante de valores que adentram aos bancos, por intermédio de envelopes de pagamentos, nos caixas eletrônicos. Esse dinheiro é recolhido intermitantemente e recolocado em circulação por intermédio dos caixas dos bancos.

O cidadão, que via de regra espera várias horas para ser atendido em filas intermináveis, deverá arcar com o ônus de prolongar mais ainda a sua permanência no atendimento, porque se não fiscalizar nota a nota que recebe do caixa, correrá o risco de levar prejuízo.

Não deveremos mais nos impressionar com a rapidez das máquinas que contam cédulas, porque ali pode estar a armadilha. Se a orientação não mudar, as filas vão explodir os bancos. Vai ter gente com lupa em punho checando nota por nota que recebe.

Tudo isso por que o mecanismo antifurto adotado não é eficiente e não é adequado. Penaliza o cidadão e protege os interesses dos banqueiros.

Mais recentemente, a polícia já descobriu quadrilhas que recorrem à químicos para limpar as notas manchadas, o que aponta para a falência do mecanismo. Tudo indica que um outro dispositivo - o que incendeia a notas - deva ser utilizado com mais eficiência.

Enquanto isso, o Ministério Público deveria estudar melhor uma estratégia jurídica para acabar com o mecanismo antifurto que mancha cédulas dos caixas eletrônicos.

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