quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Raimundo Cutrim é Comunista?


Raimundo Cutrim agora é comunista.

Ser eleitor hoje é um desafio. Os partidos políticos convencionais se queixam constantemente da sua perda de credibilidade, do desinteresse do eleitorado, da falta de participação política. Mas, convenhamos, qual a sinalização da política para o eleitorado hoje?
No Maranhão, o chamado campo democrático popular (não se usa mais esta expressão com a mesma frequência de antes) tem se esmerado em contribuir com essa diluição ideológica, fruto do bipolarismo sarne/anti sarney.
O PSB (o das ligas camponesas) filiou José Reinaldo Tavares, filho bastardo da oligarquia. Não foi o único, um amplo exame de DNA traria luz a um punhado de outras personalidades que fizeram a mesma trilha. Tavares é citado aqui apenas por efeito simbólico de uma incompatibilidade ideológica evidente, que faria tremer no túmulo Francisco Julião. O PDT (de Darci Ribeiro), tem agora Ewerton Rocha, grande articulador das mobilizações anti indígenas e anti quilombolas no Congresso. O PT sequer merece menção especial, diante da verdade tábua de pirulito em que se transformou, de mãos dadas com seu adversário histórico: o próprio Sarney. O PCdoB (de João Amazonas), que também já não era mais nenhuma vestal, trouxe agora nada menos do que o deputado Raimundo Cutrim.
Abstraindo-se a vergonha dos grandes líderes sepultados, eu me pergunto como raciocina o eleitor, diante desse quadro. A reforma política seria capaz de frear essa tremenda falta de princípios ideológicos?
Tudo bem, quanto à indignação do deputado com o seu grupo político. Não houve somente um abandono, mas também um ataque à sua carreira política. Sem dúvida, o maior efeito político do inquérito sobre a morte de Décio Sá.
O deputado deve estar indignado não apenas porque foi apontado como réu, mas certamente porque o inquérito não foi até onde a isonomia de tratamento recomendaria. Os peixes grandes desse cardume ficaram de fora. Mas daí a dizer que operou a conversão ideológica para Marx e Lênin...

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