domingo, 29 de setembro de 2013

A ciranda política

Nesta terça-feira o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, por maioria - quatro votos a três - , a criação do partido Solidariedade, liderado pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SP), que estava no PDT.No mesmo ritmo, o tribunal o tribunal já havia aprovado a criação de outra nova legenda, o Partido Republicano da Ordem Social (PROS). Ainda está pendente de julgamento pelo TSE o registro de criação do partido Rede Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva. Para poder concorrer às eleições do ano que vem, a criação de um partido deve ser aprovada pelo plenário do TSE até o dia 5 de outubro. Até esta data, os candidatos que pretendem se candidatar pelo partido precisam estar filiados. Este ano, além do tradicional troca troca, permitido pela legislação, a presença dos novos partidos movimenta a classe dos profissionais política. A população sequer sabe o que está acontecendo, porque não há diferenças justificáveis de programa político na grande maioria deles. No Brasil, os partidos vão se criando para acomodar interesses políticos, que, de outro modo, dificilmente alcançariam mandatos parlamentares, principalmente. Com o partido de Paulinho, alcançamos a cifra de simplesmente 32 partidos.

Para ser autorizado a funcionar pelo TSE, um partido no Brasil precisa do apoio 0,5% do total de votos dados a deputados federais na última eleição. Segundo o TSE, isso significa 492 mil eleitores. Como essa rede de apoiadores se materializa, não queira saber. Para se ter uma ideia, os dois últimos criados, o Solidariedade e o PROS, tiveram fraudes apontadas nas assinaturas colhidas. Como não há base programática sólida, não se sabe muito bem porque tantas pessoas assinam esses documentos de apoio à criação de partidos.

No Maranhão, pelo menos dez deputados estaduais e dois federais poderão trocar de partido, até o fim do prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral, para os que pretendem disputar as eleições de 2014. Já anunciaram a saída: Afonso Manoel (do PMDB para o PSD); Raimundo Cutrim (do PSD para o PCdoB); Othelino Neto (do PPS para o PCdoB); Graça Paz (que sai do PDT para o PSL). Os deputados federais Zé Vieira e Simplício Araújo não ficam nas suas respectivas legendas.

Também saem de seus partidos os deputados estaduais Camilo Figueiredo (PSD), Hélio Soares (PP), César Pires (DEM), Fábio Braga (PMDB), Rigo Teles (PV) e Stênio Rezende (PMDB), mas ainda estudam para onde vão.

Magno Bacelar (PV), Marcelo Tavares (PSB) também devem trocar de partidos antes das eleições de 2014.

Veja a relação abaixo dos parlamentares que já trocaram de partido, depois que se elegeram.

André Fufuca (Elegeu-se pelo PSDB e atualmente está no PSD);
Camilo Figueiredo (Elegeu-se pelo PDT e atualmente está no PSD)
Graça Paz (Elegeu-se pelo PDT e está sem partido, estaria a caminho do PHS)
Jota Pinto (Elegeu-se pelo PR e atualmente está no PEN);
Alexandre Almeida (Elegeu-se pelo PT do B e atualmente está no PSD)
Raimundo Cutrim (Elegeu-se pelo DEM, foi para o PSD e atualmente está sem partido)
Max Barros (Elegeu-se pelo DEM e atualmente está no PMDB)
Tatá Milhomem (Elegeu-se pelo DEM e atualmente está no PSD)

Eliziane Gama (PPS), Othelino Neto (PPS), Rogério Cafeteira (PMN), Eduardo Braide (PMN) deveriam estar no chamado Mobilização Democrática, que deveria resultar da fusão entre PMN e PPS, mas foi inviabilizado, por divergências internas (o PMN queria ficar com Dilma e o PPS queria continuar oposição).
Para justificar tamanha instabilidade, somente uma revolução ou uma catástrofe. Mas não é isso que está ocorrendo. Isso tudo que estamos assistindo tem nome: se chama fisiologismo.

No Maranhão, os políticos não escondem a razão das mudanças de partidos. Muitos perderam espaço nas legendas, outros acreditam ser mais fácil eleger-se em coligações menores, onde o quociente partidário é mais acessível. 

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