terça-feira, 13 de novembro de 2012

Poraquê, de um cativeiro a outro





Foto: Crianças de Poraquê, quilombo ameaçado de despejo  em Codó.



Estas crianças moram num povoado de 54 famílias, na zona rural de Codó. É uma localidade antiga, "da época do cativeiro", como eles mesmo dizem. Existem idosos de cerca de 70 anos que afirmam que seus bisavós moravam lá. 
O Povoado Poraquê (uma espécie de peixe, tipo uma enguia, que tem a capacidade de produzir descargas elétricas) está distante da cidade de Codó, cerca de 12 km,  encravado nas terras hoje pertencentes ao líder político regional, Biné Figueiredo. O fazendeiro comprou o imóvel com o povoado dentro, plantando e praticando atividades de subsistência em terras abertas.
Hoje, a situação mudou totalmente. Um trator trabalha diariamente desmatando as antigas áreas de roça do povoado e as cercas avançaram para o quintal das moradias humildes, de palha e sapê.
O povoado possui energia elétrica e água encanada, do período em que o próprio Biné Figueiredo era prefeito municipal. As crianças estão sem escola, contudo.
O latifundiário agora prefere tratar os moradores de Poraquê não como eleitores, mas como invasores, mantendo no local cerca de vinte pistoleiros fortemente armados, para impedir a entrada dos trabalhadores nos antigos locais de roça.
Sem ter como plantar, a situação de pobreza extrema se agravou.

Nenhum comentário: