segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A fragorosa derrota eleitoral da oposição nas eleições da OAB-MA

Embora eu pudesse escrever aqui sobre as vantagens de medir o passo, antes de tomar a decisão, não vou me confundir com os medrosos. Sim, porque, na maioria das vezes, os conselhos que nos dão para termos cuidado, na verdade, nos impedem de crescer. Por isso, principalmente em matéria de eleições (de qualquer eleição), resisto a dar conselhos. Deve prevalecer o ímpeto e a intuição de cada um. O arbítrio é sócio da liberdade.
No entanto, no caso da recente eleição da OAB-MA, não deixo de observar alguns pontos.
Em primeiro lugar, que é melhor perder com dignidade na OAB. Os advogados são verdadeiramente colegas, principalmente nas dificuldades da advocacia, que são muitas. Passada a refrega, abraçam-se. E mesmo durante o pleito, os amigos continuam amigos. Na porta da OAB-MA, folguei em abraçar todos os meus amigos, da chapa adversária, incluindo o próprio Roberto Feitosa. Portanto, baixar o nível não é bom, porque é visto com certa estranheza, no meio jurídico. Principalmente, quando a baixeza da estratégia eleitoral e dos argumentos redundam em derrota histórica acachapante, como foi o caso: 73, 7% contra apenas 26,3%.
Em segundo lugar, não é bom alimentar a mídia com um certo ânimo de intriga, aos moldes das eleições convencionais. Ela, apesar de bem paga para tanto, não compreende as eleições neste segmento, fazendo ilações tão absurdas, que nem o mais ingênuo advogado acreditaria. Acho que foi o que ocorreu agora. Sobretudo os chamados "blogues sujos", prestaram um verdadeiro desserviço à  chapa adversária.
Por último, a eleição na OAB não representa mais um round para as eleições convencionais. Não há similaridade automática, nesse caso. Os advogados não disputam a OAB segundo esse lógica, simplesmente.  Os interesses são muito mais complexos e as chapas não traduzem esse tipo de alinhamento político, embora as digitais do governo estivessem muito presentes em figuras ilustres da chapa oposicionista. Tentar forçar uma associação desse tipo não é uma boa estratégia, porque afugenta votos possíveis, atraídos por um gama de interesses diferentes.
O quinto constitucional, apesar de invocado como motivo para uma grande cisão política, nunca foi tratado dessa forma, no âmbito da OAB-MA. Samir, por ser irmão de Ricardo, deve não ter votos por um lado, mas terá por outro. Em quaisquer das chapas a situação seria parecida. Foi visto em vários momentos fazendo campanha para Mário, apontado na mídia tresloucada como seu desafeto (embora até se possa considerar a postura como estratégia insinuosa de não destruir pontes).
O indeferimento da inscrição de Samir Murad não foi tratado por esse típo de midia com seriedade. Nos seio do segmento dos advogados já se sabe dos impedimentos jurídicos para tal deferimento e quais são seus percalsos normativos. Tanto é que Samir (de forma atabalhoada) recorreu ao Poder Judiciário para garantir a sua arguição, obtendo apenas a suspensão da sessão desta semana. Na prática, a estratégia jurídica conseguirá apenas empurrar a decisão para o próximo conselho, onde a rejeição ao candidato poderá ser maior e a antipatia generalizar-se com a medida judicial.
Na verdade, cada dia que passo, fico mais preocupado, com um tipo de mídia, que vingou no Maranhão. Ela tentou simplesmente "intervir" na eleição da OAB-MA, introduzindo a lógica perversa de seus interesses, certamente para fins de habitual remuneração. E assim tem sido, em vários momentos da vida política da província. Nos blogs "sujos", as postagens violentam a imagem das pessoas escancaradamente. Quando se busca o Poder Judiciário, invocam censura, num claro desconhecimento das responsabilidades que o ordenamento jurídico impõe à mídia. Mas há um segmento importante dos leitores deste tipo de midia que já perceberam seus métodos putrefatos.

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