terça-feira, 15 de março de 2011

O TJ do Maranhão segue a sua triste sina

O fazendeiro Adelson Veras Araújo, 67 anos, acusado, juntamente com os dois filhos, Francisco Maciel de Araújo, 29 anos, e Macione Silva de Araújo, 30 anos, de mandar matar dois trabalhadores rurais, no município de Centro Novo do Maranhão, acaba de ser solto pelo Tribunal de Justiça do Maranhão.


Ele foi alvo da reportagem do fantástico, no mês de fevereiro, que retratou, além da situação de descalabro nas delegacias de polícia do interior do Maranhão, casos de impunidade. Adelson Veras Araújo estava com prisão temporária decretada há mais de um ano, sem cumprimento pelo sistema de segurança.


Ossadas foram encontradas na segunda-feira, 31 de fevereiro, em uma fazenda, que era de propriedade de Adelson Araújo, na região da Reserva Biológica do Gurupi, Assentamento Guarantã do Norte. Por intermédio delas, foram identificadas as vítimas Gilberto Ribeiro Lima, na época com 23 anos, e de Wanderley Ferreira de Meireles, 24 anos.


Adelson Araújo seria o mandante das mortes, que ocorreram porque Gilberto cobrava do fazendeiro uma dívida de R$ 700 de um serviço de escavação de poços. Wanderley teria acompanhado o amigo durante a cobrança, por isso também foi morto. Os homens foram assassinados a tiros e golpes de machado, tendo os corpos sido enterrados pelos filhos de Adelson com o auxílio de mais duas pessoas identificadas como “Antônio” e “Gilvan”, e que já se encontram presos na Delegacia Regional de Zé Doca.


Ao todo foram presas cinco pessoas, de um grupo de doze, todos com mandado de prisão expedidos pela Justiça. O fazendeiro é proprietário de várias fazendas na região, sendo muito temido na região. A fazenda, onde foram encontradas as ossada pertence hoje a um político da região, mas a polícia ainda suspeita de que possam ser encontradas mais ossadas no local.


Segundo a polícia, a prisão do fazendeiro ainda não tinha ocorrido para não prejudicar as investigações, que apurava o envolvimento de mais pessoas nos crimes. O Centro de Direitos Humanos de Açailândia pediu a proteção das testemunhas e de um advogado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.


Depois que a polícia predeu, o Poder Judiciário soltou. O destino dos outros cinco deve ser o mesmo. Agora a situação das testemunhas na região ficará complicada.

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