O segundo round da disputa política de 2014 já aconteceu e está sendo noticiado. O primeiro já houve e foi o anúncio da permanência de Roseana no governo.
Agora sabemos que Luís Fernando pode não ser mais o candidato do grupo Sarney e que Edinho Lobão assumiria a tarefa. De quebra, eles preparam o caminho de uma candidatura de João Castelo ao Senado.
Para o leitor incauto, as duas notícias soam como brincadeira. Algo inimaginável, para um grupo que domina o Estado há meio século e detém o controle quase absoluto da Assembleia Legislativa, os três Senadores do Estado (sem contar o do Amapá), a maioria das prefeituras e a maioria das Câmaras de Vereadores.
Do jeito como a imprensa anuncia hoje, venceria a força do império econômico. Luís Fernando, candidato preferido de Roseana, poderia ter sido a renovação do grupo por dentro, mas não agregou força, exatamente por suas qualidades. Composto em grande parte pelo que há de pior na política, os componentes do grupo Sarney exigem mais afagos e concessões do que Luís Fernando promete dar.
Tirar Luís Fernando e colocar Edinho não seria uma escolha, ma uma imposição da realidade. Edinho é o mesmo que seu pai, Édson Lobão, Ministro, ex-governador, dono de um império econômico e de uma liderança política capaz de fazer estremecer os bigodes de Sarney. Na verdade, ele representaria a vitória da linha dura mais conservadora do grupo.
Será a escolha possível, entre a derrota antecipada e a sobrevivência sem os anéis, mas com alguns dedos. O grupo Sarney assim faria a reciclagem à direita da direita, agregando as tradicionais práticas na candidatura a governador, acomodando os anseios mais tacanhos de uma base política sem criatividade e desgastada.
O terceiro round será o anúncio da candidatura a Senador. Se for João Castelo, depois do namoro com Edvaldo, será um tapa de luva de pelica na cara da oposição entrincheirada na candidatura de Flávio Dino.
O PT, enquanto isso aguarda boiando. Se fosse mais ousado e tivesse votos no Maranhão, poderia até ensaiar o posto do Senado, considerando os problemas que o lugar de vice demonstrou acrescentar a cada sucessão que se aproxime. Afinal, não se pode imaginar um tribunal de contas composto exclusivamente por vice-governadores petistas daqui por diante.
Aguardemos os próximos lances dessa novela que promete mais desatinos até o seu capítulo final.
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