O Girassol
Essas fábricas de fomento da bandidagem cumprem sua missão gerando alta reincidência.
LUIZ FLÁVIO GOMES, jurista e diretor-presidente do Instituto Avante Brasil. Estou no professorLFG.com.br
Nas nações fracassadas (incivilizadas), a prisão é “vendida” pelo discurso oficial como se fosse o lugar onde os criminosos mais perigosos são recolhidos para a defesa da sociedade. Isso é só uma meia-verdade, porque grande parte dos crimes hoje (nessas nações bárbaras) é planejada e comandada pelas organizações criminosas de dentro dos presídios. Também se imaginou que ela poderia recuperar o preso. Nada mais enganoso. A ressocialização foi abandonada há muito tempo, porque ela contraria a natureza pervertida da prisão (nos países atrasados) de alavanca fomentadora da bandidagem nacional. A prisão no Brasil faz parte do “esquema” criminoso aqui instalado desde os tempos da colônia.
Como funciona? Ressalvadas algumas pessoas muito dignas, os juízes (por ação e omissão), os legisladores (por fins eleitorais) e os governantes (por corrupção moral), como gerentes e responsáveis por essa fábrica de violência, sangue, mortes, corrupção e insegurança social, converteram deliberadamente as prisões em campos de concentração e de extermínio e isso só se tornou possível em razão da cultura vingativa e moralmente degenerada dos nossos tempos sombrios e fascistas. Foi dessa forma que nossas prisões se tornaram o espelho da cultura da bandidagem verde-amarela (histórica e colonialista).
Essas fábricas de fomento da bandidagem cumprem sua missão gerando alta reincidência. De acordo com o Informe Regional de 2013 do PNUD (Nações Unidas), seria de 47,4% (uma das mais altas). Em outro levantamento descobriu-se que, de cada 10 presos por roubo, 7 reincidiram no Estado de São Paulo (dados de janeiro de 2001 a julho de 2013). Foram examinados 14.699 autores de roubos, dos quais 10.200, ou 69%, cometeram esse crime mais de uma vez. A média mensal de BOs de roubos no Estado de São Paulo foi de 29.320 (disponível em http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,de-cada-10-assaltantes-7-voltam-a-roubar-no-estado-e-41-sao-menores,1123132,0.htm).
Nas nações avançadas de capitalismo evoluído e distributivo, fundado na educação de qualidade para todos (Dinamarca, Suécia, Holanda, Suíça, Japão, Coreia do Sul etc.), as prisões não são fábricas de violência. Ao contrário. A Noruega, por exemplo, recupera 80% dos presos (só 20% de reincidência). No Brasil regido pelo capitalismo extrativista e selvagem, pelo ignorantismo e parasitismo, tudo é invertido. Pagamos caro (cerca de R$ 2 mil mensais custa cada preso) para prepará-lo para os grupos organizados assim como para nos atacar novamente, quando sair da prisão. Mas estamos “felizes” com essa irracionalidade: fechamos escolas (19%), para construir mais presídios (300%), que convertem criminosos amadores em profissionais e estes em animais selvagens organizados. Seu uso racional os recomenda exclusivamente para os criminosos realmente perigosos. Para os outros, penas alternativas.
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