quinta-feira, 20 de junho de 2013

MPL ataca 'pauta conservadora' em protestos e se diz 'a favor' de partidos em ato

Uol Notícias

Gil Alessi
Do UOL, em São Paulo

Paulistanos comemoram tarifa e defendem mais protestos

Após os diretórios municipais e estadual do PT chamarem sua militância para o ato em comemoração da revogação das tarifas de transporte público, que acontecem nesta quinta-feira (20) na avenida Paulista, representantes do MPL (Movimento Passe Livre) disseram que, mesmo esta não sendo uma vitória do PT --que poderia ter resolvido a questão e revogado o aumento muito tempo atrás--, "todos são bem-vindos". Slogans e cartazes 'conservadores', no entanto, foram criticados pelo grupo.

De acordo com Mayara Vivian, do MPL, "esta não é uma vitória do PT". "O Haddad [Fernando, prefeito de São Paulo] inclusive se recusou a usar o termo 'revogar' nas suas declarações. Está uma vitória da população, que se conscientizou e foi às ruas.  O MPL nunca vai impedir ninguém de se manifestar. Somos apartidários, não contra os partidos", disse.
Em nota divulgada na quarta-feira (19), o diretório municipal do Partido dos Trabalhadores disse que "transporte público de qualidade e democratização do acesso são bandeiras também do PT".
Mesmo dizendo que o MPL não é contra a participação de legendas nos protestos, Mayara criticou diversas faixas e slogans gritados durante as manifestações dos últimos dias.
"Tem gente que não consegue nem mobilizar dez pessoas e leva uma faixa com dizeres horríveis, como coisas contra a legalização do aborto e outras. O MPL é anticapitalista e contra qualquer forma de opressão. Repudiamos várias das reivindicações feitas nos atos.". Nos protestos desta semana, alguns manifestantes levaram faixas pedindo a redução da maioridade penal e contra o aborto.

Presos por vandalismo

Os representantes do MPL se comprometeram a prestar auxílio jurídico a todos os manifestantes detidos e que respondem a processo - cerca de 60, segundo o movimento . Quanto ao caso de pessoas presas por saques e roubos, Mayara afirmou que "fica difícil saber se a pessoa realmente cometeu o crime do qual é acusada. Na terça-feira (18), após os saques, a PM prendeu manifestantes aleatoriamente." O movimento afirmou que analisará caso a caso para identificar quem poderá ajudar e quais casos serão encaminhado à Defensoria Pública.
"A questão do encarceramento em massa de pessoas pobres é muito grave. O MPL não é juiz para dizer quem cometeu ou não cometeu um crime, mas somos contra vandalismo seja de manifestantes, seja do Estado", afirmou.

Revogação

Após seis atos populares --pacíficos e violentos-- contra o aumento da tarifa do transporte coletivo em São Paulo, o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito da capital, Fernando Haddad (PT), anunciaram que a tarifa dos ônibus, metrô e trem voltará a ser de R$ 3. O anúncio foi feito durante uma coletiva de imprensa realizada na noite desta quarta-feira (19) no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado. Os dois governantes afirmaram que a revogação do aumento causará impacto nos investimentos e foi decidida para que a cidade retorne à normalidade.
"Quero dizer que no caso do metrô e trem, nós vamos revogar o reajuste dado, voltando a tarifa original de R$ 3. É um sacrifício grande, vamos ter que cortar investimentos, porque as empresas não têm como arcar com essa diferença. Vamos arcar com esses custos fazendo ajustes na área de investimentos", disse Alckmin.
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Manifestantes contam em cartazes quais são suas reivindicações 81 fotos

17.jun.2013 - Manifestante durante concentração para o 5º protesto contra o aumento da tarifa do transporte coletivo no largo da Batata, em Pinheiros (zona oeste de São Paulo) 
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