segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Força Nacional Segundo Round
Um dos incidentes mais graves retratou a utilização de gás lacrimogênio, após a mangueira de incêndio, contra um grupo de 9 presos confinados num banheiro que cabia no máximo duas pessos. Um dos presos foi puxado violentamente e bateu com a cabeça. Muito sangue ainda foi constatado por uma das comissões, no chão da cela. Tudo ocorreu porque um sargento da FN queria obrigar os presos a permanecer nas celas com a única abertura para ventilação fechada. Os presos estavam lendo a bíblia e exercitando cânticos, quando a mangueira d´àgua foi acionada, provavelmente para potencializar os efeitos do gás lacrimogêneo, lançado logo a seguir. Ao saber que a comissão se dirigia ao CDP, o preso ferido foi retirado por uma viatura, sob alegação de que iria fazer exame de corpo de delito e prestar depoimento. Quando a comissão chegou a CDP, a cápsula de gás ainda foi encontrada na cela e muito sangue. Apesar de o evento ter ocorrido por volta de 16 horas, ainda às 20 horas, a deputada Eliziane Gama sentiu-se mal, com o forte cheiro de gás no interior da cela. Os presos se desesperaram com o gás e passaram a gritar por socorro. Os soldados da FN, todos de máscara, passaram a fazer a retirada dos presos da cela, quando um deles, puxado violentamente, bateu com a cabeça. Ao constatar que o preso ferido não estava mais no presídio, a OAB enviou dois advogados, Chales Dias e Pedro Jarbas da Silva, até a delegacia da Vila Embratel, onde, segundo informações, o preso teria sido conduzido por uma vitura da FN. Lá, os advogados foram impedidos pela FN de entrevistar-se com o preso. Tiveram que seguir a viatura até a delegacia da REFESA. No caminho, a comissão que estava no CDP encontrou a viatura da FN. O Juiz Gervásio Protásio exigiu entrevistar-se com preso, mas também não foi atendido pelo Cel. Ramalho, comandante da FN no Estado. O preso alega que foi pressionado a depor isentando a FN do incidente, em troca de sua transferência do CDP.
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