terça-feira, 18 de outubro de 2016

Braide e o ovo da serpente

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Dentro da variada gama de surpresas eleitorais no Maranhão, está a presença de Eduardo Braide no segundo turno das eleições em São Luís.

Braide foi diretor-presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) de 2005 a 2006, no governo José Reinaldo Tavares.

Entre os anos de 2009 e 2010, Eduardo Braide exerceu o cargo de secretário municipal do Orçamento Participativo de São Luís, na gestão de João Castelo (PSDB).

Tudo por influência do pai, Carlos Braide. Seu pai é representante de família tradicional em Santa Luzia. Sem papas na língua, uma oligarquia local.  Foi eleito deputado estadual, sucessivamente, em 1986, 1990, 1994, 1998, 2002, dentro do grupo Sarney, onde alcançou a presidência da Assembleia Legislativa.

Em 2003, Braide pai rompeu com os sarneys e se filiou ao PDT, apoiando Jackson para governador em 2006, quando se elegeu deputado estadual, pela sexta vez.

No período em que Braide filho ocupou o posto de presidente da Caema, era governador, como já dito, José Reinaldo Tavares, que havia rompido com o grupo Sarney, desde 2004. Em 2006, quando Tavares resolveu apoiar o candidato Jackson Lago, contra Roseana Sarney, o pai de Eduardo Braide também seguiu no condomínio Balaio.

Braide filho, apesar da pouca idade, está no segundo mandato de deputado estadual. Foi eleito em 2010 (PMN) e reeleito em 2014, pelo mesmo partido. Detalhe, nas duas eleições seu partido figurou em coligações que apoiaram o grupo Sarney.

No ano seguinte, 2015, Braide Filho já era líder da bancada do governo Flávio Dino (PCdoB).

Camaleônico, não se fez de rogado quando o braço direito do Governador o excluiu do condomínio governista, no início da campanha eleitoral de 2016. A reparação veio logo a seguir, sugerindo discreta correção do lapso de memória.


Márcio estabelece quem são os candidatos do governo....


...E depois incluiu Eduardo Braide, continuando a ignorar Wellington
Mais do que os feitos, Eduardo convive com um escândalo político envolvendo o município de Anajatuba e o nome de seu pai, desde o ano de 2014.

Gravações telefônicas surpreenderam uma conversa de seu pai, Carlos Braide, com pessoas investigadas pelo desvio da merenda escolar naquele município, sugerindo interferência junto ao sistema de justiça para beneficiar os inculpados a partir da influência do grupo Sarney.

Várias pessoas, supostamente integrantes da quadrilha foram denunciadas e tiveram pedidos de prisão preventiva requeridos pela procuradoria de Justiça. No bojo do processo figuram as empresas Vieira e Bezerra, atual F C B Produções e Eventos, A4 Serviços e Entretenimento, Construtora Construir e M. A.Silva Ribeiro. O desvio alcançou a cifra de R$ 13. 964. 048, 02 milhões de reais dos cofres no município de Anajatuba.

Dentre as personalidades políticas citadas no processo estão o prefeito da cidade – Helder Lopes Aragão(PMDB), o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado – Antônio Carlos Braide e o empresário Fernando Júnior, dono da Escutec, empresa especializada em pesquisas de intenção de votos.

Comparando as biografias dos dois candidatos a prefeito em São Luís, é preciso dizer que a pena não passa da pessoa do acusado. A eventual responsabilidade de Braide pai não significa culpa de Braide Filho. 

Assim como não seria possível atribuir as peripécias de Holanda pai ao Holanda Junior, Braide é apenas produto do  meio que o cerca, com o mérito inegável da reciclagem.

Se Braide filho será ou não um prefeito aliado dos sarneys, não nos parece uma preocupação fundamental do Dinismo. É só olhar olhar ao redor da mesa onde se confraternizam os convivas da nova ceia do poder no Estado.

No mais, tudo é escaramuça de política provinciana e o governador até já subiu no muro. Braide levantará voo no contexto de uma revoada, apenas. Ele não pode ser responsabilizado, se a turma do governo gosta de incubar ovos de serpentes para uma futura traição coletiva.


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