Sim. Porque não há possibilidade de fazer gestão de presídios sem articulação com o sistema de policiamento e de segurança pública. E vice-versa.
Dois elementos para reflexão:
1) é de eficácia reduzida reforma para aumentar o controle de entrada e saída no presídio se a maioria dos presos habitam cavernas medievais. É de admirar que esse presídio não quebre todo dia, tal o grau de violação de direitos mínimos.
2) É admirável que não haja nenhuma reflexão do governo a respeito do crescimento assustador do PCC nas cadeias do Estado, ao mesmo tempo em que seu braço regional, o PCM, definha. A dinâmica de centralização impô-se em menos de 3 meses e já conseguiu a unificação de um protesto por melhores condições nos presídios, fato que nunca havia ocorrido antes.
Na Unidade Prisional de Ressocialização onde funciona o antigo CDP, a mudança é assustadora. Antes, era um presídio exclusivo para o PCM. Agora, somente PCC, CV e COM figuram nos seus pavilhões.
É inegável que estamos entrando em outra etapa da organização das facções, que agora reproduzem métodos adotados em vários outros Estados, de controle de ações criminais nos bairros que não digam respeito ao tráfico.
Assim como aconteceu com a redução de mortes nos presídios -onde a redução desses índices obedece ao atendimento de uma pauta das facções no sentido da separação das mesmas por unidade prisional - haverá redução de alguns indicadores de criminalidade na cidade em virtude das novas regras impostas por essas organizações criminosas.
O PCC cuidará de eliminar os infratores de pequeno porte para poder negociar o tráfico silenciosamente nos bairros mas a propaganda do governo cuidará em fazer disso um mérito de seu sistema de segurança pública. Essa é a lógica atual.
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