domingo, 18 de setembro de 2016

Eleições no Maranhão: sem mudança e sem resistência


Resultado de imagem para o condomínio de Flávio Dino no maranhão

As eleições em 2016 deveriam representar mais do que o embate entre lideranças locais, com projeto políticos diluídos e pouco representativos de programas distintos.

Na maioria dos municípios está se esboçando um cenário de franco retrocesso político, como era previsível. O avanço das forças conservadoras está se espraiando para o controle de prefeituras e câmaras de vereadores.

O fim do Lulismo arrastou consigo as possibilidades de um projeto de poder progressista e mais amplo. Na maioria das capitais, o cenário é de vitória das forças que patrocinaram o golpe.

Sem ressentimentos contra a deposição de sua presidenta, o PT aposta agora apenas no retorno de Lula, em 2018, sem qualquer preocupação em não repetir os mesmos erros. O partido segue aliançado com seus algozes em muitos municípios, quando não desprezado pelo eleitor, nas últimas performances de pesquisas eleitorais. Seus aliados mais próximos, seguem a mesma linha.

Está na cara que não foi possível sequer organizar a resistência eleitoral contra o golpe, porque não há resistência política consolidada. Continuamos sob o dissenso acerca de qual projeto politico defender. Essa é a raiz da histórica divergência das esquerdas no país.

No Maranhão, a resistência contra o retrocesso foi plenamente ofuscada pelo embate eleitoral. O governo Dino, após as escaramuças iniciais, ignora solenemente agora a necessidade de construir o programa da resistência de esquerda para 2018.

Com isso, estaremos diluídos e enfraquecidos em termos de bancada no Congresso Nacional, o teatro por excelência onde estarão representadas as forças que aprofundarão ou derrotarão o retrocesso.

Com o golpe, Dino precisa resolver urgentemente alguns problemas no Maranhão. O primeiro deles é tentar conter o ímpeto da dissensão interna. Em diferentes níveis, nela operam Eliziane, Wellington e Roberto Rocha. O problema seria pequeno se o Estado fosse outro. Aqui, o poder costuma se corroer por dentro.

Herança do modelo Lulista, o governo Dino padece dos mesmos males. Gesta no próprio útero o germe da sua derrota. A distinção está apenas na velocidade com que esse projeto se desmorona. No Maranhão, tudo se opera numa escala tardia (lembrando da adesão à Independência).

O que espanta é a incapacidade de intervir numa realidade antecipada. Derrotar a direita não é simplesmente fazer alianças com ela. Lula agora deve saber disso.

Sem um projeto de poder capaz de derrotar as forças conservadoras no Estado não haverá nem mudança e nem resistência contra o golpe.


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