sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Dia da reconstituição do cenário do crime




Ontem, dia 03, foi o dia da reconstituição do cenário do crime que envolveu a morte do mecânico Irialdo Batalha, em Vitória do Mearim, no dia 28 de maio deste ano.

Irialdo saiu de casa na tarde de quinta-feira (28), na garupa de uma motocicleta conduzida pelo amigo Diego Ferreira Geane Fernandes, para assistir a um jogo de futebol em Vitória do Mearim, a 30 km de Arari.

A moto foi interceptada por uma blitz da polícia, na entrada da cidade. Diego foi alvejado no pé e Irialdo foi morto com três tiros.

A princípio o governo apoiou a versão da polícia, que dizia que Irialdo e Diego eram suspeitos de haver praticado um assalto (relembre aqui) numa espécie de justificativa para a abordagem violenta.

Posteriormente, vídeos desmentiram a versão da polícia de que houvera um  confronto, exibindo imagens da execução praticada pelo vigilante, por nome Luís Carlos, que dispara a queima roupa, duas vezes no rosto de Irialdo Batalha, caído ao chão e desacordado.



O episódio virou notícia nacional e internacional, provocando a indignação pública, o que forçou o governo estadual a mudar de posição, em segunda nota oficial.

Chamou a atenção o fato de Luís Carlos ser apenas um "vigia", cedido pela Prefeitura Municipal de Vitória do Mearim à Delegacia de Polícia local, em flagrante usurpação das funções de polícia, portando armas, trafegando em viaturas, portando coletes balísticos da polícia, efetuando prisões e participando de diligências próprias das polícias.

No presente momento, continuam presos os dois PMs que atuaram na Blitz e Luís Carlos. O processo criminal está tramitando na Comarca de Vitória do Mearim e já comporta vários incidentes, como perícias sobre as armas encontradas no cenário do crime, exames de balística e a própria reconstituição do cenário do crime.



Para a indignação dos familiares de Irialdo Batalha, apesar de todo o clamor público gerado no seu município de origem - Arari - a defesa dos PMs continua a afirmar que o carona da moto portava uma arma e que, por isso mesmo, foram alvos dos policiais.

Não há mais nenhuma dúvida de que as duas vítimas não tinham envolvimento criminoso. Posteriormente, foi identificado crime anterior de homicídio, praticado pelo mesmo Luís Carlos, nas mesmas condições, na Comarca de Vitória do Mearim.

Apesar das prisões dos dois PMs e do vigia, não houve ainda qualquer responsabilização das autoridades locais e estaduais a respeito da autorização para que Luís Carlos exercesse funções de polícia por tanto tempo no município, impunemente.


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