quinta-feira, 19 de junho de 2014

Os professores municipais continuam em greve




Pouca gente fala das condições da educação pública em São Luís. Os professores municipais não entraram em greve por simples deleite. Nenhuma categoria quer a greve, último momento das mobilizações por melhores condições de trabalho. Uma greve é sempre desgastante, para os dois lados. Para uma categoria como a dos educadores, talvez o sacrifício seja até maior. Geralmente, depois da greve, são obrigados a repor o conteúdo, quando escapam das demissões arbitrárias por abandono do cargo.

A greve na educação é maliciosamente abafada pela mídia. Silenciada no debate público, retratando a indiferença da sociedade em relação ao direito de estudar dos mais pobres, a clientela por excelência dos colégios públicos.

Além dos péssimos salários, o professor do município é obrigado a conviver com problemas inacreditáveis para o nosso séculos. O simples acesso às cadenetas escolares na maioria das vezes é difícil. Nada incomum constatar educadores que atravessam o ano sem recebê-las. Também muito comum uma grande quantidade de alunos em sala, sem acesso aos livros didáticos, por desorganização da política.

Os colégios precisam de reformas, muitas vezes estruturais. Não há biblioteca, nem espaço para atividades lúdicas, porque proliferam os anexos, os aluguéis de imóveis, originariamente destinados à residências. É comum o atraso no pagamento desses aluguéis, com ameaças de despejo.

As promessas de campanha de Edvaldo Holanda são tão invisíveis agora quanto o gestor. Ninguém fala mais em eleição para diretor das escolas, que estão sujas, pichadas, ornamentadas pelo capim e pelo desleixo.

Nenhum comentário: